Violência contra mulher aumenta em 2024 segundo Mapa da Segurança Pública

O Brasil registrou um aumento nos casos de violência contra a mulher em 2024, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Mapa da Segurança Pública de 2025, elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Após uma queda no ano anterior, os feminicídios voltaram a crescer e atingiram o maior número da série histórica: foram 1.459 casos ao longo do ano, o equivalente a quatro mulheres mortas por dia. A Região Centro-Oeste lidera com a maior taxa do país, registrando 1,87 feminicídios para cada 100 mil mulheres, acima da média nacional, que ficou em 1,34.
Os casos de estupro também dispararam, totalizando 83.114 ocorrências, o maior número dos últimos cinco anos. Em média, 227 pessoas foram estupradas por dia, sendo 86% mulheres. Em números absolutos, São Paulo lidera com 15.989 casos. Já em termos proporcionais, Rondônia teve a maior taxa (87,73 por 100 mil habitantes), seguido por Roraima (84,68) e Amapá (81,96).
As lesões corporais seguidas de morte também aumentaram, independentemente do sexo da vítima.
Por outro lado, o levantamento aponta queda em outros tipos de homicídios:
Os homicídios dolosos caíram 6%, passando de 37.754 vítimas em 2023 para 35.365 em 2024. A tendência de queda nesse indicador vem desde 2020.
Os latrocínios (roubos seguidos de morte) também diminuíram: foram 956 casos em 2024, contra 972 no ano anterior.
As mortes decorrentes de ações policiais tiveram queda de 4%.
Crimes patrimoniais também apresentam redução
Os crimes contra o patrimônio — como furtos e roubos de veículos, cargas e instituições financeiras — também registraram queda em 2024:
Roubo de carga: -13,6%
Furto de veículo: -2,6%
Roubo de veículo: -6%
Roubo a instituições financeiras: -22,5%
Mais drogas, menos armas apreendidas
As apreensões de drogas aumentaram significativamente no ano. Foram 1,4 mil toneladas de maconha apreendidas — uma alta de 10% em relação a 2023, o maior volume dos últimos dois anos. Isso equivale a uma média de 3,8 toneladas por dia, mesmo sem os dados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que não foram informados a tempo de inclusão no relatório.
As apreensões de cocaína também cresceram 5,5%, totalizando 137.357 kg — o maior volume dos últimos cinco anos.
Já no caso das armas de fogo, houve uma leve queda de 2,6% nas apreensões totais. No entanto, o número de fuzis apreendidos aumentou expressivamente: foram 1.957 em 2024, um crescimento de 43% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 1.365 apreensões.