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SANTO ÂNGELO
07 de julho de 2025
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Opinião

Um pouco de Missões

  • março 12, 2025
  • 3 min read

A questão Missões, vasta, larga e amplamente divulgada como épica por gentes de hoje, tratada, pela congregação inaciana sob a ótica de cristianização dos nativos nas terras do Paraguai, Argentina e Brasil, Uruguai e demais sulamericanas, esconde verdades, algumas delas sendo mui lentamente sendo oferecidas como na tese de mestrado de Genaro Luis Hammermuller, sobre pesquisas realizas nas obras do Padre Jaeger, no primeiro ciclo missioneiro, quanto a atuação dos padres, em especial, Roque, Afonso e João, vejamos alguns fragmentos:
“Não param de aparecer evidências da potente perseguição dos religiosos aos caciques (em particular do Pe. para com Ñheçu), “subversivos”, às vistas eurocêntricas, pois Jaeger (1951) descreve também o quanto os missionários eram rudes com quem não colaborava com o Verbo Divino e, ao referenciar encontros do Pe. Roque com Ñheçu e alguns de seus caciques relata que o missionário manda calarem-se por quatro vezes consecutivas, basicamente, desrespeitando seus postos de chefia. O primeiro foi no porto de Itapúa, onde o missionário se encontra com o cacique Ñheçu e o mesmo lhe priva o caminho rio acima. O missionário lhe oferece duas galinhas para persuadi-lo, mas, frente a resistência no meio da sua explanação, Gonzales o interrompe, “mandando que se calasse e ouvisse o que Deus lhe enviava a dizer a ele e a todos relativos à sua salvação e ao mau estado em se achavam” (Jaeger, 1951, p. 125).”
“Outra feita, e pela segunda das muitas vezes que o Padre falta com o respeito aos chefes guaranis, se dá quando do encontro missionário com o cacique Tabacambi, subordinado de Ñheçu, que subia o rio para guerrear com invasores levando 200 índios. Quando o referido cacique tenta falar primeiro com o Padre, novamente o mesmo o trata com desdém e “atalhou-o, mandando-o calar e ouvir o que da parte de Deus lhe vinha a dizer (Jaeger, 1951, p. 126). Logo percebemos que não era somente com Ñheçu a implicância e sim, com todos os que cruzavam seu caminho com outras determinações, terminado o sermão ao citado cacique, disse também que era “mau índio, ministro do demônio (sic), e inimigo de todos, pois lhe queria seu bem e salvação. Que tomasse sentido, que Deus o castigaria como inimigo do bem comum” (Jaeger, 1951, p. 126).
Ainda: “ordenou-lhe duas ou três, com império, que calasse, que diante dos ministros de Deus não se atrevesse falar, e que ouvisse primeiro a palavra de Deus e seus mandamentos!”
Também: “após tantos desentendimentos com caciques, invadindo as terras na margem direita de Ijuí, de onde Nheçu governava seu grande povo em suas pregações não se privava de taxar o chefe indígena como feiticeiro, infernal e insistiu na ideia de catequisar seus seguidores, mesmo contra suas vontades!”
No mesmo tom: “em suas pregações para outras aldeias, Jaeger (1951) afirma que supostamente incitou, entre caciques rivais do grande chefe, a violência, a tortura e caça de Ñheçu e de outros caciques que não se convertiam no cristianismo!)

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Renato Schorr

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