Ingenuidade
Zailu restou pasma! Pirou!! Adormeceu calma, porque o dia fora tranquilo, daqueles de saudar as baratas e as moscas tontas, mais manso do que cavar minhoca em terra mansa, onde estas prosperam sem gotejar amanhãs para alcançar outros planetas, porque as terras daquelas lonjuras e que as alimentam, possuem nutrientes suficientes à eterna vida dos invertebrados e, no calcanhar da tarde, ela (Zailu), alimentara os lambaris do córrego sinuoso que ladeia a mata e o rancho, num misto de marco divisório entre eles, lugar predileto para despedir-se dos últimos raios do sol, já sem forças, deitam flecos no rosto da cozinha.
Pasma, por quê? Pois que, ela acordara de um sonho tenebroso, sonho amargo igual fel, onde via-se embebida de tristeza, dizia-se aborrecida, enganada, ludibriada, porém, além dela havia uma multidão, todos com os mesmos sentimentos de amargura, os confabulantes não confabulavam, olhos em olhos dispersos, acovardados, encabulados, desencorajados nos moldes de cachorro solitário avançar sobre javali, sobejava um consolo, consolo confortante, eram milhares de pessoas soluçando a mesma dor, o mesmo sofrimento avançando sobre a multidão, não fora a única!
Embora o clima estivesse primaveril, naquele hemisfério desconforme, Zailu e milhões de iguais a ela, estavam na mesma arca, navegavam no mesmo oceano, impelidos pelo mesmo vento a soprar sobre as velas do mesmo navio, antes seguro, firme, robusto, resistente, agora, nocauteados pela insensibilidade dos mandantes zailuanos, esvaziadores dos porta-ovos, perspicazes indivíduos, em atitudes mesquinha, enviaram os ovos para lugares desconhecidos, disseminando temor entre “hemisféricos,” esses, perplexos, assustadiços, em cores de espantalhos, diante do futuro – mergulhado em incertezas.
A ingenuidade de Zailu e da nação zailuana, foi gigantesca, multiplicadas vezes gigantesca, assim, contou-me o interlocutor, escorado na âncora do navio imaginário, dito povo sempre esteve regido pela fé e altivez, com a tonalidade altruísta, esperançosa, agora esmagado, empalidecido, todavia, nunca, jamais derrotado e, com escopo na ancestralidade, no suor desta, reescreverá os pergaminhos deitados pelos caminhos, sobre eles, reconstituirá as suas “estruturas,” na ânsia delirante de enterrar a ingenuidade, porque envergonhadamente caiu no ardil, fruto da ilucides, deixou-se bestializar em duas alas, enquanto o meio – orquestrou o esvaziar, a derrocada!