Articulações acirradas na Câmara

As articulações em torno da eleição da nova mesa diretora da Câmara de Vereadores de Santo Ângelo foram aceleradas nesta semana. A escolha será na última sessão do ano, na próxima segunda-feira (22), e até lá muita coisa pode rolar.

Os nomes mais comentados continuam sendo os de Vando Ribeiro (PSDB) e Carlos Gromoski (PL). Gromoski é o nome do grupo que elegeu Nivaldo Langer de Moura, o Nêne, em janeiro e Jonatas Toledo, ambos do PP, em julho. Entretanto, comentários dão conta que tem uma fissura e os movimentos para evitar danos maiores ou alastramentos até agora não se mostraram úteis.

A luta é para alcançar os oito votos necessários. Caso o racha se confirme, o grupo que atualmente comanda o Legislativo não deverá ter sucesso na eleição. Aí reside a chance da oposição. Com os cinco votos do PDT, aliado ao voto do vereador Cristian Fontella (PT), faltariam dois. Porém, tem Márcio Antunes (MDB) que já se definiu como oposição e o próprio Vando. Além de quem está descontente.

Fechar essa conta dos oito é difícil. Mudança pode acontecer por qualquer situação, mínima que seja. O que deixou de ser, pode voltar a ser num estalar de dedos. Em se tratando de eleição na Câmara Municipal, nada garantido até que esteja concretizado.

Terceira via?

A possibilidade de uma terceira via para definir o novo presidente da Câmara é possível? Remota, mas existente. É assim que pode ser encarada. Não se descarta, entretanto seria preciso muita habilidade e contar com atrativos que nem sempre estão ao alcance de quem não está no poder.

Unir descontentes de um lado e de outro seria uma das alternativas. Porém, a principal dificuldade é o argumento que seduza esse grupo. Como em tudo que se trata de Câmara de Vereadores, difícil, mas não impossível.

Desafios

Seja quem for o futuro presidente do Legislativo santo-angelense segue com o desafio de melhorar a imagem do poder perante a comunidade. O que, convenhamos, também não é tarefa das mais fáceis.

Um ponto principal é a resolutividade. As críticas feitas pelos cidadãos aponta a forma como assuntos de interesse comunitário são tratados. A fórmula de promover audiências públicas em profusão, com muitas falas e quase nenhuma solução já está mais do que desgastada, por exemplo.

Alerta contra golpes

O amigo e especialista em direitos do consumidor, Valter Portalete, está realizando um serviço de utilidade pública em suas redes sociais. Ele tem publicado dicas no Facebook e Instagram para alertar os consumidores sobre os diversos tipos de golpes e fraudes que estão na praça.

Com sua experiência de mais de 30 anos no setor, Portalete lembra que todos devem estar atentos, especialmente aos golpes digitais e telefônicos, onde pedem dados pessoais, senhas ou depósitos via PIX/QR Code, pois criminosos se passam por bancos, órgãos públicos (INSS, Receita Federal) ou até familiares, usando Inteligência Artificial (deepfakes) e mensagens urgentes.

A dica do especialista é fundamental. É preciso desconfiar,  não clicar em links suspeitos, nunca compartilhe códigos de confirmação ou senhas e sempre use os canais oficiais de contato (sites, apps, telefones) para confirmar qualquer solicitação. Se for mensagem do advogado, não responda por whatts, busque  conversa presencial.

Parcelamento da dívida do FABS era esperado

Era esperada a aprovação do parcelamento do débito da administração municipal referentes às contribuições previdenciárias de amortização do passivo atuarial do Fundo de Aposentadoria e Benefício dos Servidorres (FABS), que não estão sendo pagas desde agosto. A soma ultrapassa os R$ 26 milhões.

A relação com a votação dos dois turnos da proposta de mudança previdenciária não apontava que o cenário fosse o mesmo, de reprovação. Embora estejam ligadas ao FABS, as questões são diferentes. E o bom sendo apontava esse entendimento.

As mudanças na previdência atingem especialmente os inativos e embora tenham contado com apoio de parte do funcionalismo após a negociação intermediada pelos vereadores do PDT, afetavam uma parcela muito significativa dos servidores já aposentados e dos pensionistas. Mesmo que o limite de isenção tenha sido aumentado, três salários mínimos não representam um salário tão polpudo assim e passar a descontar 14% é duro de engolir.

Já o parcelamento da dívida com o FABS era uma questão que poderia resultar na inviabilização da gestão. A questão agora é o pagamento. Além dos 14,5% do recolhimento normal sobre a folha, tem a parcela de recuperação e mais a dívida. Somente as duas últimas devem beirar o R$ 1,5 milhão/mês.

Perguntar não ofende

O que vai acontecer na eleição da Câmara? Tudo ou nada?

Só para lembrar

Certeira a afirmação do filósofo Luiz Felipe Pondé em sua coluna da Folha na Folha de S. Paulo: “A corrupção ideológica destruiu a vida nacional e o intelectual público”.

Para refletir

“Não é indispensável ter todas as qualidades, mas é imprescindível que pareça possuí-las”.

Nicolò de Bernardo dei Machiavelli, em “O Príncipe”