UPA no RS é alvo de operação nacional contra desvios bilionários na saúde

Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, deflagrada nesta quinta-feira (7), teve como um dos alvos a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Carazinho, no norte do Rio Grande do Sul.
Segundo o MP, a ação busca desarticular um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à gestão da saúde pública. As investigações apontam que o desvio de recursos públicos pode ultrapassar R$ 1,6 bilhão em todo o país.
Em Carazinho, os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na UPA e outro de busca pessoal contra a administradora da unidade. O Gaeco do Ministério Público gaúcho participou da operação, batizada de Duas Caras.
A ofensiva teve alcance nacional, com mais de cem ordens judiciais, incluindo 12 prisões temporárias, afastamento de dirigentes, bloqueio de bens e outras diligências nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina.
De acordo com o Gaeco paulista, a organização criminosa investigada mantinha um departamento extraoficial responsável por tarefas como contabilidade paralela e viabilização de pagamentos e vantagens indevidas.
Em nota, a Prefeitura de Carazinho, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que a intervenção ocorreu na administração da empresa Mahatma Gandhi, responsável pela gestão da UPA desde 2019. A pasta afirma que, desde o início da atual gestão, foram identificadas algumas irregularidades, mas reforça que os serviços da unidade seguem funcionando normalmente.