Trump anuncia acordo para reduzir preço de medicamentos emagrecedores nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (6) um acordo com as farmacêuticas Eli Lilly e Novo Nordisk para reduzir significativamente o preço de medicamentos usados no tratamento da obesidade, como o Zepbound e o Wegovy.
Esses remédios, que pertencem à nova geração de tratamentos conhecidos como agonistas do receptor GLP-1, vêm ganhando popularidade por sua eficácia no controle do peso e na redução do apetite. No entanto, o alto custo — cerca de US$ 500 (R$ 2,6 mil) por mês nas doses mais elevadas — tem limitado o acesso dos pacientes.
Segundo o governo, o acordo prevê preços mais baixos e maior cobertura pelo sistema público de saúde. A partir do próximo ano, o Medicare — programa voltado a idosos e pessoas com deficiência — passará a incluir o tratamento contra obesidade em sua lista de cobertura. Além disso, novas versões em comprimido, caso aprovadas, devem custar US$ 149 (R$ 800) por mês.
A medida faz parte dos esforços da administração Trump para conter a alta dos preços de medicamentos e responder às preocupações dos eleitores com o custo de vida. Recentemente, Pfizer e AstraZeneca também concordaram em reduzir o valor de remédios prescritos para o Medicaid, programa de saúde voltado a famílias de baixa renda, após uma ordem executiva emitida em maio.
Apesar do anúncio, a extensão real da redução para os consumidores ainda é incerta, já que os preços variam conforme a cobertura dos planos de saúde e a concorrência no mercado.
Como funcionam os medicamentos
Os remédios atuam sobre hormônios do intestino e do cérebro que regulam o apetite e a sensação de saciedade, permitindo uma perda de peso de 15% a 22% do peso corporal em estudos clínicos — o que equivale a até 23 quilos ou mais em alguns casos.
O tratamento, no entanto, precisa ser contínuo. Especialistas alertam que, por se tratar de uma doença crônica, a interrupção do uso pode levar à recuperação do peso perdido.
Os medicamentos também se tornaram altamente lucrativos para as farmacêuticas. A Eli Lilly informou que as vendas do Zepbound triplicaram em 2025, superando US$ 9 bilhões (R$ 48 bilhões).
Mesmo assim, o custo segue sendo um obstáculo. Muitos americanos não conseguem pagar pelo tratamento, já que o Medicare e boa parte dos planos privados ainda não cobrem medicamentos para perda de peso isoladamente, apenas para condições associadas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
