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SANTO ÂNGELO
06 de dezembro de 2025
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Saúde

Treinada em casa, cadela Kiara ajuda menina de Santo Ângelo a monitorar o diabetes

  • dezembro 6, 2025
  • 3 min read
Treinada em casa, cadela Kiara ajuda menina de Santo Ângelo a monitorar o diabetes

A vida de Maria Luiza Karkow Santos, hoje com 11 anos, natural de Santo Ângelo e residente em Santa Maria, mudou drasticamente aos 1 ano e 4 meses, quando foi diagnosticada com diabetes. Em junho deste ano, ela completou uma década convivendo com a condição. A rotina da família, que já incluía os desafios do manejo da doença, ganhou um novo capítulo com a chegada de uma integrante muito especial: Kiara, uma border collie que se tornou mais do que um animal de estimação, transformando-se em um anjo da guarda de quatro patas.

APTIDÃO NATURAL

Em janeiro de 2023, Kiara foi adotada pela família. Com cerca de um ano de idade na época, ela vinha de um produtor rural de Santa Maria que precisava doá-la devido a conflitos com outros cães de segurança.

A afinidade entre Kiara e Malu foi imediata. Logo, a família percebeu uma aptidão natural da cadela para detectar as oscilações glicêmicas da menina. Kiara, com seu senso de proteção aguçado, ficava inquieta e tentava chamar a atenção dos tutores quando percebia mudanças. Foi nesse momento que a ideia de treiná-la como cão de alerta médico começou a tomar forma.

TREINAMENTO CASEIRO

Encontrar um profissional disposto a realizar o treinamento específico para cães de alerta médico na região mostrou-se um desafio, não apenas pelo valor elevado, mas pela falta de disponibilidade. Diante disso, a mãe de Malu, a santo-angelense Ana Kátia Karkow, que é Zootecnista e tem experiência com comportamento e bem-estar animal, decidiu assumir a responsabilidade.

O treinamento de Kiara, que ainda está em andamento e deve durar entre 10 meses a 1 ano no total, baseia-se no método de reforço positivo. A cadela é exposta a amostras de odores corporais de Malu durante episódios de hipoglicemia (glicose baixa) e hiperglicemia (glicose alta). Quando ela identifica o cheiro e sinaliza corretamente, é recompensada com petiscos ou carinho.

O processo é contínuo, exigindo reforços mesmo após a conclusão do treinamento formal, para garantir que a habilidade de Kiara na identificação e sinalização permaneça aguçada.

IMPACTO EMOCIONAL

O comportamento de alerta de Kiara é vital. Ao detectar a oscilação da glicose, ela bate com a pata na perna de alguém próximo que possa prestar socorro ou, se a pessoa estiver sozinha, tenta chamar a atenção do próprio tutor. Atualmente, a sinalização é a mesma para hipo e hiperglicemia, mas o próximo passo do treinamento visa ensinar a Kiara a diferenciar os alertas e, futuramente, a trazer uma fonte de glicose ou o medidor, conforme a necessidade.

A presença de Kiara na rotina da família, além da segurança física que proporciona, traz um impacto psicológico imenso. Cães de alerta conseguem identificar as oscilações da glicose cerca de 10 a 15 minutos antes dos primeiros sintomas se manifestarem nos tutores, permitindo uma intervenção precoce e evitando níveis críticos.

Além da segurança, há o suporte emocional. O convívio com o cão de serviço comprovadamente auxilia no bem-estar geral do paciente, e a influência positiva das questões emocionais no controle glicêmico é um fato conhecido.

Redação Grupo Missões 

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Lara Santos

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