Secretário da Receita diz que fake news sobre pix favoreceu o crime organizado

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou nesta quinta-feira (28) que a onda de críticas e fake news contra a instrução normativa que previa fiscalização de transações via Pix favoreceu a ocorrência de crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e fraudes.
A norma, publicada em janeiro, estabelecia monitoramento de operações acima de R$ 5 mil, mas foi rapidamente atacada por opositores do governo, que a apelidaram de “taxação do Pix”. Diante da repercussão negativa, o governo revogou a medida — que, segundo Barreirinhas, poderia ter prevenido crimes. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi um dos principais articuladores da campanha contra a regra, embora não tenha sido citado nominalmente.
A declaração ocorreu durante coletiva em São Paulo, na apresentação da Operação Carbono Oculto, que cumpriu 200 mandados de busca e apreensão em dez estados. A ação mira organizações criminosas envolvidas em fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, usando fundos e fintechs para movimentar recursos ilícitos.
“As operações de hoje mostram quem ganhou com essas mentiras: o crime organizado. Independentemente das intenções, quem espalhou fake news ajudou o crime organizado”, afirmou Barreirinhas.
O secretário também defendeu maior regulamentação das fintechs, para garantir transparência em suas operações. Segundo ele, investigações da Receita, do Ministério Público e da Polícia Federal apontam que o crime organizado é financiado por práticas como contrabando de combustíveis, comércio irregular de cigarros e jogos ilegais — setores nos quais o uso de fintechs tem se mostrado central.
De acordo com a Receita, entre 2020 e 2024, criminosos movimentaram R$ 52 bilhões por meio de fundos de investimento com participação em empresas usadas para lavar dinheiro de facções.
Fonte: Correio do Povo