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SANTO ÂNGELO
13 de setembro de 2025
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Saúde

Saúde mental em foco: psicóloga alerta para sinais de atenção no Setembro Amarelo

  • setembro 4, 2025
  • 3 min read
Saúde mental em foco: psicóloga alerta para sinais de atenção no Setembro Amarelo

Criada em 2015 no Brasil, a campanha Setembro Amarelo tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância de falar abertamente sobre o suicídio, estimular o acolhimento e incentivar a busca por ajuda profissional. O tema ganha ainda mais relevância diante dos números preocupantes: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, sendo essa uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Os números também acendem um alerta no Rio Grande do Sul. Conforme o Painel de Monitoramento da Mortalidade, do Ministério da Saúde, em 2023 foram registradas 1.338 mortes por suicídio no Estado. Já em 2024, até o momento, os registros apontam mais de 7,5 mil casos. 

Para a psicóloga de Santo Ângelo, Elaine Werle, falar sobre o tema é essencial para salvar vidas. “A doença mental é um desses exemplos. Historicamente, sempre foi um assunto excluído. Estar fora do que julgamos ser um padrão de vida significa rejeição e exclusão. Mesmo com todos os avanços da ciência, ainda tratamos a saúde mental como sendo um problema, e não como algo que faz parte da vida”. Para a profissional, fechar-se diante das diferenças inerentes ao ser humano significa alimentar o tabu.

Elaine reforça que o suicídio também segue por essa linha, e se agrava ainda mais por ser algo que, segundo ela, é alimentado como proibido. “É visto como um ato transgressor, de confronto ao que temos de mais precioso, que é a vida”, afirma.

Sinais de alerta

Um dos pontos centrais da campanha é a atenção aos sinais de alerta que podem indicar sofrimento emocional. Para a psicóloga, o suicídio, na maioria das vezes, é tratado como uma tentativa de acabar com o sofrimento e as dificuldades da vida. “Esses desafios são inerentes ao ser humano, mas, para alguém que supõe não haver saída, nem sentido na vida, há fortes probabilidades de cometer um ato suicida”, salienta.

Rede de apoio

Outro aspecto fundamental no Setembro Amarelo é a valorização da rede de apoio. Uma mão amiga, um olhar atento e um conselho que chega em forma de cuidado e atenção podem salvar vidas.

“Ter alguém para conversar, saber que essa pessoa é capaz de acolher sem julgamentos todo o sofrimento presente no corpo e na alma, significa mostrar que há saídas. A morte é o fim último, mas sem volta, sem poder rever e ressignificar a sua tragicidade”, enfatiza Werle.

Um dos centros de apoio emocional mais atuantes no Brasil é o Centro de Valorização da Vida (CVV). O serviço de escuta funciona 24 horas por dia pelo telefone 188. Também é possível buscar atendimento online pelo site  www.cvv.org.br.

Elaine reforça a importância de acolher e compreender aquilo que sentimos e pensamos. “A vida é uma grande arte. Sem criatividade, humor e generosidade consigo mesmo, pode se tornar bastante difícil, às vezes sem sentido. O sofrimento e os impasses fazem parte da vida”, finaliza.

Redação Grupo Missões – Lara Santos 

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