O Dia do Médico é comemorado em 18 de outubro, data de São Lucas, padroeiro da medicina. No Brasil, há mais de 575 mil profissionais médicos. Porém, são raríssimos os que chegam aos 90 anos ainda exercendo a profissão.
Natural de Santo Ângelo, o médico Rolando Stümpfle possui trajetória marcada pelo compromisso com a medicina humanizada e a comunidade. Aos 90 anos, segue atendendo no consultório, mas apenas os pacientes antigos. Não agenda para novos pacientes, pois é difícil a questão do acompanhamento e, caso aqueles que já conhece necessitem de intervenções hospitalares, faz o devido encaminhamento.
Rolando se diz apaixonado por Santo Ângelo. Além da Medicina, também tem atuação destacada no esporte, integrando corpos diretivos de Elite, Aesa e SER Santo Ângelo. Foi presidente de duas edições da Fenamilho, presidiu a Acisa, a Associação Médica, a Unimed e, junto com a esposa Marília, criou o Festival Cidade das Tortas. “Eu amo a minha cidade e sou muito grato ao povo da minha cidade”, define.
São mais de 60 anos dedicados à Medicina. Cursou o chamado ginasial em Santo Ângelo e aos 15 anos foi a Porto Alegre para o Científico, o então segundo grau. Depois foi para Santa Maria, onde estudo Medicina.
INCENTIVO DA MÃE
Foi aprovado no vestibular de Odontologia em Porto Alegre, mas a mãe exigia que cursasse Medicina, pois a família já possuía hospital em Santo Ângelo. Primeiro foi Hospital Vida Nova, passou para Hospital Maternidade e depois Santa Izabel, voltado para a obstetrícia. Sendo assim, foi a Santa Maria e se formou como a mãe, que era enfermeira e parteira, desejava.
Depois de formado, imediatamente passou a atuar no hospital da família em Santo Ângelo. Naquela época não tinha residência ou especialização, era médico geral. Chegou a fazer parto na casa das gestantes. “Encontro senhoras já idosas, que lembram do parto dos filhos que já estão na casa dos 60 anos”.
DIFERENÇAS
Rolando avalia que antigamente o médico tinha mais interação com os pacientes, pois atendia toda a família. “O que mais dava era atenção, carinho. Não tem remédio melhor que o carinho. Uma pessoa idosa, numa cama, ela toma os medicamentos esperando melhorar, mas se receber um tratamento afetuoso, mais carinhoso, o efeito será maior”.
Segundo ele, a modernidade e velocidade que o mundo ganhou, afastou um pouco o médico do paciente. “Logicamente que as ferramentas também são outras. Antes, a gente fazia o diagnóstico pelas mãos e pelo histórico dos pacientes. Antes tínhamos apenas um raio-x em Santo Ângelo, e pertencia a um médico de Ijuí. Já fiz cirurgia de perfuração de estômago sem raio-x, mas sabia que era uma úlcera perfurada, pois conhecia o paciente e seu histórico”.
DISCIPLINA
O médico afirma que a longevidade saudável está ligada à disciplina para se alimentar, para repousar, para realizar exercícios físicos. “Na alimentação é preciso não exagerar. Tudo com moderação”, afirma e recomenda três alimentos: ovos cozidos ou fritos na água, banana pela manhã, que é um excelente antidepressivo, e maçã à noite. “É muito importante, também, manter convívio com familiares, amigos, conversar, rir, gargalhar, procurar coisas boas, se afastar de coisas ruins”.
Redação Grupo Missões – Hogue Dorneles.
