Polícia francesa prende suspeito de serial killer homofóbico após descoberta de quatro corpos no rio Sena

Quatro corpos de homens foram encontrados boiando em um mesmo trecho do rio Sena, na periferia de Paris, no dia 13 de agosto. A polícia francesa acredita ter prendido o suspeito, considerado um “serial killer” homofóbico, em um dos maiores casos do tipo na França nos últimos anos.

O acusado seria um tunisino de 24 anos, identificado como Monji, que havia sido detido casualmente uma semana antes da descoberta dos corpos durante uma operação contra a imigração clandestina em Choisy-le-Roi, próximo ao local do achado e ao aeroporto de Orly, ao sul da capital.

Durante a prisão, a polícia apreendeu documentos, celulares e cartões de crédito que, após a identificação das vítimas, se confirmou pertencerem a elas.

O tunisino não confessou os crimes e questiona a identidade atribuída pela polícia. Segundo o jornal Le Parisien, ele afirma ser um argelino chamado Ahmed Ben Ali. A polícia informa que ele vive na França há três anos e está em situação irregular há oito meses.

O suspeito residia em um “squat” (ocupação) a poucos metros da margem do rio, onde duas de suas vítimas também moravam. As outras duas vítimas não seriam conhecidas dele, mas pessoas próximas informaram à polícia que eram homossexuais.

Embora os quatro corpos tenham sido encontrados simultaneamente, depois que um passageiro de um trem suburbano avistou um cadáver boiando, as autópsias indicam que o primeiro homicídio ocorreu há mais de um mês.

Três das vítimas eram jovens do Norte da África, com idades entre 21 e 26 anos. A quarta era um francês de 48 anos, possivelmente o último a ser morto. Segundo os legistas, o estado menos avançado de decomposição permitiu determinar que a causa da morte foi estrangulamento, e o DNA da vítima foi encontrado em uma mancha de sangue nas calças do suspeito.

A polícia acredita que o suspeito atraía as vítimas para a margem do rio, conhecida por encontros sexuais. Um segundo suspeito chegou a ser detido, mas foi posteriormente liberado.

O prefeito de Choisy-le-Roi afirmou ao Parisien que o número de pessoas em situação de rua aumentou na região desde os Jogos Olímpicos do ano passado. Organizações humanitárias denunciaram que centenas de sem-teto foram expulsos de Paris nos meses que antecederam o evento.

Casos de assassinos em série são raros na França, definidos como criminosos que cometem três ou mais homicídios. Alguns episódios marcaram a opinião pública, como o caso de um homem que, ao ser preso em 2006, afirmou ter matado 150 pessoas ao longo de uma década. A polícia lhe atribuiu 23 assassinatos. Yvan Keller se suicidou antes de ser julgado.