O poder de Santo Ângelo
Ouvi enfáticos elogios ao tema da crônica da semana passada sobre nossa Santo Ângelo. Aliás, nossa cidade tem esse poder de provocar conversas, memórias e reflexões. Sua história é linda demais.
Cresci numa cidade de três mil habitantes em que o grande sonho do ano era ir até a metrópole Santo Ângelo. E sim, metrópole. Centro de 27 municípios, reunindo quase 281 mil habitantes que giram ao seu redor. Todos os dias, carros de todas essas cidades desembocam aqui, numa coreografia que mostra força, mas também responsabilidade.
Circulo por muitos lugares aqui: consultório, aeroporto, academias, clubes, CTGs, rádios, hospitais… E em cada espaço percebo que a cidade é vista de muitas formas.
Visitantes, pacientes e moradores de outros municípios seguem encantados, sendo que muitos um dia sonharam em ser santo-angelenses. Isso acende uma luz vermelha, já que escuto muitos nas paredes do consultório que já esqueceram a grandeza que temos diante dos olhos.
Queremos uma cidade ainda melhor? Sim, é verdade.
Vamos construí-la, então. Criticar somente gera engajamento no Instagram. A vida real é bem diferente.
Mas, comecemos pelo básico: qual está sendo o nosso papel na sociedade?
A qual instituição de caridade temos dedicado um pouco de tempo voluntário?
Participamos da diretoria de qual das entidades?
Estamos fortalecendo o comércio local com nossa presença?
E os eventos organizados pela gestão, contam com nossa participação e incentivo, ou preferimos apenas criticar de longe?
Vamos às reuniões de pais nas escolas, assumindo os desafios coletivos escolares como se fossem nossos?
Estamos dando o abraço necessário às nossas universidades, ou deixamos que lutem sozinhas, enterradas por comparações?
Alguns dizem: “Ah, mas Santo Ângelo tem muita competição”. Talvez. Mas cidade pequena pode ser pacata demais; cidade grande, buzina e trânsito demais. E Santo Ângelo? Tem o equilíbrio possível, e o poder de se reinventar.