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SANTO ÂNGELO
07 de outubro de 2025
Rádio AO VIVO
Opinião

O lombo do potro faz liberdade

  • outubro 3, 2025
  • 2 min read

As águas dos rios correm para os mares/oceanos, com ares de calmaria, antes, brotam de vertentes escondidas nas entranhas da terra, donde gotejam borbulhantes em vozes de serenidade ou sob a ação dos foles do solo, pois em determinados casos, fazem-no sob imenso esforço, dada a profundeza das nascentes, situadas nas entranhadas, ainda, vertem de montanhas, cerros, coxilhas de qualquer dimensão, nesses casos, prejudicada a serenidade, porque impulsionadas pelo declive, descem os penhascos tresloucadamente, fazendo eco nas pedras do leito, forjadas no tempo, pelas gotas predecessoras.
Os riachos e rios cujas águas escorrem por leitos imperfeitos, sinuosamente postos pela geografia, alimentam a fauna dos lugares por onde caminham em velocidades díspares e, junto dela, a flora se faz exuberante e diversificada, sem ignorar as curvas despretensiosas, adequados lugares para prender os ciscos naturais e aqueles fruto da nossa ação (humana), essas águas, límpidas, mostram-se atraentes ao mundo animal, contrariamente, imundas, a fauna aquática precisa adequar-se as condições dos rios e objetivando a sobrevivência, embora isso, cabe ao homem decidir pela utilização ou não do produto proveniente destas águas.
Ouvi das águas tristes soluços, ouvi dos pássaros sinceras canções, ouvi uivos suplicantes dos bichos, por leitos d’água digestíveis, plenas de virtudes pra vida e repovoares das espécies, vi o sol infletindo seus raios, com ares altivos de purificação, vi as estrelas rejeitando banhos noturnos, vi as lendárias salamandras em súplicas, vi o vento desviando caminhos, vi a saudade pousada num tronco em agonia e o esforço desmedido de galhos, tentando fazer barreiras contra dejetos, vi homens – nadando em barcos requintados, soltando azedos arrotos!
O canto das águas traz nostalgia, a melodia da solidão faz eco, as asas da felicidade conduzem à boemia, serenatas afastam maus agouros, o encanto da primavera traz risos, o perfume das abelhas abre jardins, o color das borboletas ilude as flores, a beleza dos semblantes trapaceia o amor, a nudez da prosa afasta o lirismo, a ingenuidade da verdade ilude, a face em luz notabiliza, sensibilidade conquista, a força do amar alimenta a alma, a vastidão alarga os sentidos, o lombo do potro faz liberdade, todavia, o microfone “ilustra” o homem!

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Renato Schorr

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