Assine o Jornal das Missões! Clique aqui!
SANTO ÂNGELO
15 de agosto de 2025
Rádio AO VIVO
Opinião

Mais um acordo que não deve ser cumprido

  • junho 27, 2025
  • 6 min read
Mais um acordo que não deve ser cumprido

Pelas declarações do vereador Nivaldo Langer de Moura, o Nêne, fica mais do que claro que ele não tem intenção de renunciar ao cargo como ficou definido em acordo firmado na primeira eleição da atual legislatura.

Para embasar a sua posição, Nêne, fala na gestão à frente da Câmara, com economia de R$ 300 mil de janeiro até aqui. Inclusive, realizou na quarta-feira (25) um ato de repasse desse valor ao Executivo, justamente para valorizar sua posição e referendar a continuidade.

De outra parte, argumenta que não tem certeza que Jonatas Toledo (Progressistas), apontado como possível sucessor, tenha os oito votos que garantiriam a eleição. Chegou a afirmar que tem informações que Toledo não conta com a maioria e, assim sendo, não estaria disposto a entregar o comando do Legislativo para outra sigla.

Também ressalta que tem uma pesquisa onde a maioria dos entrevistados manifesta posição favorável à sua continuidade.

Lamentavelmente será mais um dos tantos acordos rompidos no Legislativo santo-angelense. O que só serve para aumentar o desgaste da imagem da Casa e de seus ocupantes. Porém, pelo jeito, pensar nisso não é, nem de longe, prioridade para quem disputa o poder.

 

Mandato

Penso que esses acordos já nascem errados. O mandato da Presidência da Câmara é de um ano e assim deve ser observado. “Rachar” o período já é algo que demonstra o interesse puro e simples no poder.

Entretanto, desde que formalizado o acordo, quem assina deve ter o compromisso de cumpri-lo. É isso que as pessoas esperam de representantes da comunidade. E esses acordos estão sempre embasados em indicação de cargos e outras benesses.

Não há justificativa para a divisão de mandato e da mesma forma não existe para romper acordos.

 

Problema interno no Progressistas

Nêne é vereador eleito pelo Progressistas. E Jonatas Toledo, a quem o acordo garantiria a presidência no segundo mandato, é seu correligionário.

O não cumprimento do acordo pode ter repercussões internas no partido. E essas situações não costumam terminar bem.  Pode até demorar, mas o troco vem. Não tenham dúvidas disso.

 

Sem convite

Na última quarta-feira, alguns vereadores foram convidados para se reunir com o prefeito Nívio Braz com objetivo de tratar sobre o projeto do IPE Saúde. Nêne não estava na lista dos convidados e quando descobriu que a reunião estava sendo realizado teria ficado muito irritado, fazendo cobranças severas a aliados.

Segundo comentários de bastidores, a coisa não descambou porque “bombeiros” entraram em ação.  A turma que costuma “jogar gasolina na fogueira” também está atenta e segue insuflando a desavença.

 

IPE Saúde: prazo no fim pressionou vereadores

Ficou claro que a que a questão do convênio do funcionalismo com o IPE Saúde foi jogada para a última hora pelo Executivo por contar exatamente com isso para aprovação do projeto da forma como queria. Com prazo no final, quem vota está sempre contra a parede. Não aprova e corre o risco de provocar um prejuízo ainda maior, que nesse caso seria deixar a descoberto até mesmo os servidores e não apenas os dependentes. Ou aprova mesmo sabendo que a proposta está muito aquém do aceitável.

Deixar os dependentes a descoberto é grave. A coisa começa errada quando não existe nenhuma discussão da proposta com os sindicatos. Sem falar que o projeto não contempla nenhum tipo de estudo ou projeção econômica. Não tem como avaliar com profundidade uma proposta de mudança dessas sem saber o impacto financeiro. Isso é básico.

 

Demagogia para tentar encontrar justificativa

Outro ponto negativo da discussão desse projeto é a demagogia usada por alguns vereadores da situação para tentar justificar o projeto que deixa os dependentes desprotegidos.

Tentaram convencer os servidores que a questão não é de economia. Ora, se não fosse, porque os dependentes não estão contemplados?

Discursinhos fáceis de quem quer passar por bom moço, protegidos pela religião, mas sem titubear na hora de prejudicar quem mais necessita. Aliás, essa é a lógica da vertente política que odeia programas sociais e benefícios para quem realmente precisa e adora benesses e bajulações para quem está sempre se dando bem.

 

Retorno à Câmara

A sessão da última segunda-feira da Câmara de Vereadores de Santo Ângelo foi marcada pelo retorno de Vinicíus Makvitz (MDB). O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação voltou ao Legislativo para falar das ações da sua pasta. Destacou os recursos alcançados pelo Estado dentro do programa dos 400 anos das Missões, especialmente os R$ 10 milhões para investimentos no Aeroporto Regional. Esqueceu de falar que os projetos foram entregues no ano passado pelo então prefeito Jacques Barbosa ao Estado.

Porém, o ponto principal da fala de Makvitz referiu-se ao Distrito Industrial. No ano passado, a gestão municipal adquiriu uma área de 12 hectares nas proximidades da ERS-344 para a instalação de empresas.

Makvitz disse que a área carece de investimentos em infraestrutura, o que é absolutamente compreensível, e colocou isso como entrave. É preciso lembrar que esse processo, desde a escolha da área, a negociação e a aquisição, foi acompanhado por vereadores da época, incluindo o atual vice-prefeito Carlos Gonçalves.

Desprezar a área, que está na linha do novo traçado da BR-392, é incompreensível para quem fala muito em otimizar recursos. Passa a impressão de tentar desfazer o que foi deixado pela administração passada.

 

 

Perguntar não ofende

O senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR), preocupado com as contas públicas, sugere que os colegas abram mão das emendas, cortem o fundo eleitoral e partidário. Qual chance de ser ouvido?

 

Só para lembrar

Retirar uma árvore saudável para colocar um mastro com a Bandeira do Brasil no lugar não parece uma ideia das mais especiais. Se colocar o mastro é mesmo necessário, tem bastante lugar para isso, inclusive na rótula da ERS-344, bastando apenas a autorização do Daer, que não creio ser difícil de conseguir.

 

Para refletir

“Uma das causas do fracasso na vida é deixar para amanhã o que se pode fazer hoje, e depois fazê-lo apressadamente”.

Sabedoria oriental

 

 

 

About Author

HOGUE

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *