Lula fará reunião com EUA nesta quinta-feira para negociar tarifaço

Uma reunião entre Brasil e Estados Unidos foi confirmada para esta quinta-feira (16), conforme confirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião tratará sobre a taxação aos produtos brasileiros exportados ao país e será o primeiro encontro entre as autoridades após a conversa entre Lula e Trump no início do mês.

Após o encontro nas Nações Unidas e a conversa por telefone, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio para continuar às negociações. A convite de Rubio, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, irá liderar uma delegação brasileira em Washington.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista recente, informou que o Brasil vai oferecer os melhores argumentos econômicos para os Estados Unidos buscando reverter o tarifaço ao Brasil. O principal deles, segundo o ministro, é que a medida está encarecendo a vida dos estadunidenses. Haddad lembrou ainda que os Estados Unidos possuem superávit comercial em relação ao Brasil e muitas oportunidades de investimento no país.

As novas tarifas aplicadas ao Brasil fazem parte da política econômica do governo norte-americano, implementada pelo presidente Donald Trump. A medida busca aumentar as taxas sobre países parceiros como forma de recuperar a competitividade da economia dos Estados Unidos em relação à China.

Em 2 de abril, Trump anunciou a criação de barreiras alfandegárias proporcionais ao déficit comercial dos EUA com outras nações. Como o país mantém superávit nas transações com o Brasil, a tarifa inicial foi de 20%.

No entanto, em 6 de agosto, entrou em vigor uma taxa adicional de 40% sobre produtos brasileiros. A decisão foi apresentada como resposta a medidas que, segundo o presidente, prejudicaram grandes empresas de tecnologia norte-americanas e também como retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

Entre os produtos atingidos pelas tarifas estão café, frutas e carnes. Ficaram isentos, na primeira etapa, cerca de 700 itens — o equivalente a 45% das exportações brasileiras aos Estados Unidos —, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo motores, peças e componentes.

Posteriormente, outros produtos também foram retirados da lista de tarifas adicionais.