
“Eu tive essa experiência com o câncer de mama, e gosto de dizer que eu não tive um câncer — eu curei o meu câncer.” É com muito otimismo que a terapeuta sistêmica de Santo Ângelo, Cirene de Melo, define a jornada vivida em 2002, quando recebeu o diagnóstico da doença.
Na época, Cirene estava totalmente focada na vida profissional, viajando diversas vezes por mês para Porto Alegre. O diagnóstico a obrigou a desacelerar e priorizar sua cura. “Eu estava tomando banho, passei a mão na mama e notei uma diferença, algo maior. Na hora, falei com meu médico”, relembra.
Assim que recebeu a confirmação do câncer, sua primeira e mais urgente pergunta foi se morreria por causa da doença. “E ele disse: ‘Não, de jeito nenhum’. Então eu respondi: ‘Ok, você faz a limpeza física e eu vou fazer a limpeza psíquica’”, conta Cirene.
A partir daí, iniciou um profundo trabalho emocional, revisitando sua história de vida e seus traumas, com o objetivo de contribuir para o processo de cura. Durante esse período, Cirene desenvolveu o CD da Gratidão, com sons de relaxamento para auxiliar na recuperação. “Eu desenvolvi porque tinha certeza de que precisava continuar viva. Queria entender esse desafio e transformá-lo em uma oportunidade”, explica.
O tratamento durou cerca de um ano, com idas e vindas ao hospital. Além da cirurgia, foram necessárias seis sessões de quimioterapia e mais de 50 de radioterapia.
Uma das lembranças mais marcantes foi quando, no segundo mês de quimioterapia, os primeiros fios de cabelo começaram a cair. “Fui até um shopping em Porto Alegre e raspei a cabeça. A partir dali, passei a usar lenços. Eu precisava enfrentar — não teria problema estar careca”, conta.
Para Cirene, acreditar na cura é parte essencial do processo. “Quando vem o resultado, é um sentimento de gratidão que expande o coração da gente. É a certeza de um compromisso com a vida — e de que estamos neste mundo para evoluir”, finaliza.
Redação Grupo Missões – Lara Santos

