Governo estuda parceira com Bolívia para nova hidrelétrica binacional

O Brasil está retomando obras voltadas à geração de energia elétrica por meio de usinas hidrelétricas. Para isso, o governo tem promovido leilões para a contratação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e planeja a construção de uma segunda hidrelétrica binacional, desta vez em parceria com a Bolívia, para explorar o potencial hídrico do Rio Madeira.
A informação foi divulgada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta sexta-feira (22), durante evento em que apresentou os resultados do leilão de contratação de energia proveniente das PCHs.
“Hoje celebramos a retomada da indústria hidrelétrica no Brasil. Este é mais um marco histórico do governo Lula. Acabamos de realizar o leilão das PCHs de até 50 megawatts, um sucesso que representa um passo fundamental para uma transição energética justa e inclusiva”, afirmou o ministro.
Hidrelétrica binacional
Silveira destacou os planos do governo para a expansão da indústria hidrelétrica, incluindo a construção de uma nova hidrelétrica binacional, seguindo o modelo de Itaipu, construída com o Paraguai.
“Para retomar as grandes hidrelétricas, ampliamos a cooperação técnica com a Bolívia para aproveitar o potencial do Rio Madeira. Conversei com o presidente Lula sobre a importância desse projeto e a ideia é avançar. Quem sabe uma nova binacional está a caminho, repetindo o sucesso de Itaipu”, acrescentou.
Pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)
Quanto ao leilão de PCHs, Silveira classificou os resultados como de “extremo sucesso”. Foram contratados 816 megawatts (MW), com deságio de 3,16%.
“A garantia física ficou em 466 megawatts médios, e o preço médio alcançou R$ 392 por megawatt. Os investimentos previstos chegam a R$ 8 bilhões, contemplando os 65 empreendimentos vencedores do leilão”, detalhou o ministro.
Ele destacou ainda que o certame bateu recordes, com 241 projetos cadastrados, totalizando 3 mil megawatts de potência, a maior parte proveniente das pequenas centrais hidrelétricas.
Segundo o MME, os projetos beneficiarão 13 estados. Entre os 65 empreendimentos vencedores, 27 estão em Santa Catarina; 11 no Paraná; 7 no Rio Grande do Sul; 6 no Mato Grosso; 4 em Goiás; 2 no Mato Grosso do Sul; 2 no Rio de Janeiro; e 1 em cada um dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Rondônia, Espírito Santo e Pernambuco.
“A Região Sul foi a mais contemplada, com 45 empreendimentos”, lembrou o ministro.