CPMI do INSS aprova pedido de prisão preventiva de envolvidos em escândalo das aposentadorias

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quarta-feira, um pedido de prisão preventiva contra investigados na operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

O requerimento, apresentado pelo relator Alfredo Gaspar (União-AL), recebeu 26 votos favoráveis e nenhum contrário. Segundo ele, a solicitação ocorreu porque até o momento nenhum dos envolvidos no esquema de desvio bilionário de aposentadorias havia sido preso.

O pedido será encaminhado à Polícia Federal, responsável pela investigação, mas depende de decisão judicial para ser efetivado.

A deliberação aconteceu durante o depoimento do advogado Eli Cohen, um dos primeiros a denunciar as irregularidades. Inicialmente, Gaspar pretendia votar a proposta apenas após a rodada de perguntas dos parlamentares. No entanto, o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), antecipou a votação após a segunda pergunta ao depoente.

Durante a sessão, parlamentares da base governista protestaram pelo fato de o relator não ter incluído o nome do ex-ministro da Previdência e ex-presidente do INSS, Ahmed Mohamad Oliveira Andrade — que à época do esquema se chamava José Carlos Oliveira.

Confusão

A votação também gerou bate-boca. Após a aprovação, a deputada Coronel Fernanda (PL-MT) comemorou o resultado, aplaudindo e repetindo “aprovamos, aprovamos”. A atitude irritou a senadora Leila Barros (PDT-DF), que ressaltou que a base governista também havia apoiado a medida.

As duas discutiram, levantaram o tom de voz e chegaram a se encarar de pé, até serem contidas por outros parlamentares.