Colheita de trigo inicia com produtividade em torno de 40 a 50 sacas por hectare

Os produtores santo-angelenses já estão colhendo o trigo nas oito mil hectares plantadas com a cultura em Santo Ângelo. Os primeiros resultados tem apresentado uma produtividade média entre 40 e 50 sacas por hectare.
O engenheiro agrônomo da Emater, Álvaro Uggeri Rodrigues, afirma que uma área expressiva já foi colhida e, como a previsão indica tempo bom nos próximos dias, o trabalho deve ser acelerado.
Na avaliação do agrônomo, o clima ajudou o desenvolvimento do trigo, sendo mais seco, com temperaturas baixas. “A projeção de colheita tendo um clima favorável e uso de tecnologia adequada é de 60 sacas por hectares. Neste início de colheita, temos observado uma variabilidade expressiva”.
Álvaro salienta que a grande reclamação dos produtores diz respeito ao preço. “Nesta semana, a saca estava cotada em torno de R$ 60,00. Em termos de comparativo, em 2022, o preço alcançou R$ 96,00 por saca. É uma diferença muito grande, pois o custo de produção aumenta”.
Ele reforça que o País não é auto-suficiente na produção de trigo, com isso importa produto da Argentina. “As entidades que representam a agricultura buscam uma política pública de preços mais relevante, pagando diferença para fazer frente aos custos de produção. Mas, isso vem sendo discutido há muitos anos, passando muitos governos e essa pauta não é atendida, com interferência corretiva para tornar o preço mais adequado”.
REDUÇÃO DE ÀREA
Em Santo Ângelo, a redução de área com trigo, que caiu de 10 mil para oito mil hectares nesta safra, devido especialmente à questão do marcado. Porém, ainda não existem opções que façam frente ao trigo. “A canola vem crescendo, atingiu duas mil hectares em Santo Ângelo, e tem perspectiva favorável em termos de rentabilidade. Ainda timidamente”.
SOJA
Com relação à safra de verão, a predominância novamente será da soja, com 36,5 mil hectares. Entretanto, Àlvaro faz um alerta em relação aos investimentos projetados pelos agricultores. “Percebemos que os produtores estão dispostos a reduzir os investimentos em tecnologia, pela situação econômica que estão passando, com frustrações seguidas de safras e passivo de dívidas ainda esperando por solução. Já temos soja plantada em Santo Ângelo. O plantio deve se intensificar ainda em novembro, dependendo das condições climáticas”, observa. Álvaro reforça que não está afirmando que a safra de soja será ruim, porém, clima favorável aliado à tecnologia adequada deixa a perspectiva bem mais favorável.
Carinata é uma nova alternativa
Uma alternativa que tem surgido para o plantio de inverno é a carinata, incentivada pela empresa Celena, de Giruá. Já tem plantio em Santo Ângelo. A Carinata, também conhecida como mostarda etíope (Brassica carinata), é uma planta oleaginosa não comestível da família Brassicaceae, semelhante a canola e ao repolho.
Ela é cultivada especificamente para a produção de óleo, que serve como matéria-prima para biocombustíveis, incluindo o Combustível Sustentável de Aviação (SAF). O óleo da semente de carinata é processado para produzir um combustível sustentável para aeronaves, que substitui combustíveis fósseis, reduzindo emissões de carbono.
Os testes no Brasil com a oleaginosa iniciaram em 2022, e o cultivo vem ganhando escala ano após ano. No Estado, as lavouras estão concentradas nas regiões de Santa Rosa, Cruz Alta e São Borja.
Redação Grupo Missões

