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SANTO ÂNGELO
15 de outubro de 2025
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Estado

Caderno usado na secretaria do Bem-Estar Animal de Canoas tem quase 500 eutanásias registradas em sete meses

  • setembro 23, 2025
  • 3 min read
Caderno usado na secretaria do Bem-Estar Animal de Canoas tem quase 500 eutanásias registradas em sete meses

O número de eutanásias realizadas na Secretaria do Bem-Estar Animal de Canoas durante a gestão de Paula Lopes é duas vezes maior do que o registrado inicialmente. Durante a operação Carrasco, realizada no início do mês, foram identificadas 239 mortes entre janeiro e agosto deste ano. No entanto, um caderno entregue à polícia aponta para 478 eutanásias em sete meses (janeiro a julho), 68 por mês.

Segundo a delegada Luciane Bertoletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, o caderno foi entregue por uma testemunha e era utilizado por uma funcionária da secretaria para contabilizar todas as mortes de cães e gatos que estavam sob os cuidados da pasta. Os registros eram escritos à mão e divididos em eutanásias internas, realizadas em bichos hospedados no abrigos municipal, e externas, feitas em animais levados apenas para receber tratamento.

A quantidade de eutanásias variava a cada mês. Segundo consta no caderno, apenas em julho foram 190 mortes, seis por dia. O documento é tratado como crucial para a investigação, e pode indicar uma prática de subnotificação.

—  Possivelmente foram eutanásias efetivamente realizadas, mas que não constaram no sistema da secretaria, justamente porque é um número extremamente alto. Então, acreditamos que aqui está o número real — afirma a delegada.

A ex-secretária Paula Lopes é o principal alvo da investigação que apura prática de maus-tratos na secretaria. A suspeita é de que animais resgatados com alguma doença eram eutanasiados, muitas vezes sem necessidade, para reduzir custos de tratamento. Conforme o Conselho de Medicina Veterinária, a prática é aceita apenas em casos em que não há cura, para reduzir o sofrimento dos animais.

—  O que a gente conseguiu concluir até o momento é que, sim, efetivamente, havia uma ação indiscriminada para realização de eutanásias, muitas vezes que não seguiam os procedimentos legais. Pelo que nós apuramos até agora, isso se deu em busca de atingir números importantes para a pasta. O que se queria era o maior número de atendimentos, de consultas, procedimentos, adoções, abrigados e as eutanásias faziam parte dessa busca —  complementa Bertoletti.

Até o momento 15 pessoas foram ouvidas, incluindo testemunhas que trabalharam na secretaria ou tiveram alguma experiência com Paula. Mais depoimentos devem ocorrer nos próximos dias. A polícia apura ainda outras questões, como a origem dos R$ 100 mil em espécie encontrados na casa dela e sua atuação como protetora, na ONG Instituto Paula Lopes.

Fonte: GZH 
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Lara Santos

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