Busca por mudança no plano diretor é intrigante

Muitas vezes as discussões em torno de setores que incidem diretamente na vida das pessoas passa despercebida pela comunidade. O plano diretor é um desses assuntos. A população não acompanha como deveria, dada a importância fundamental das decisões para a coletividade.
Porém, nos últimos dias, algumas ações da administração municipal voltada para alterações no plano diretor tem chamado muita atenção, inclusive do Ministério Público. E a promotora Paula Mohr (foto), sempre muito séria nas suas ações, não esconde isso.
Acontece que a administração publicou no fim de maio um decreto alterando o plano diretor e um empreendimento em especial seria beneficiado. Isso alertou o MP, que ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Na semana que passou, duas audiências públicas foram convocadas no fim da tarde de quarta-feira para a realização na quinta pela manhã e na sexta. Sem cumprimento dos prazos legais e sem um objeto definido, mas que caminhou para o mesmo objeto do tal decreto.
Muito estranho. Para dizer o mínimo. E um novo inquérito foi instaurado pelo MP. Pela situação criada, pela forma absolutamente desorganizada e constrangedora da audiência da última quinta-feira, o caldo pode entornar. Sem dúvida.
Escapou por pouco
Mais uma vez, o mesmo ocupante de cargo de confiança da administração municipal provocou momentos constrangedores na Câmara de Vereadores. Desta feita o fato ocorreu na malfadada tentativa de audiência pública da última quinta-feira.
Foi tão destemperado e absurdas suas colocações, que alguns “companheiros” ficaram muito incomodados, não escondendo que esperam por uma reprimenda forte para evitar que novos desgastes ocorram.
Chiliques e faniquitos
Aliás, cenas escandalosas de agentes políticos não é primazia de Santo Ângelo. Hoje é uma das coisas mais comuns no país. Na Câmara Federal, então, é quase todos os dias.
E os protagonistas não variam muito. Quase sempre são os mesmos. Tem um, inclusive, que já estão pensando que trata-se de um distúrbio grave. Mas é só gritaria, tapa na mesa, indignação forçada para agradar a sua “bolha”. Jogo de cena, como se dizia antigamente.
Dificuldade financeira na Prefeitura não é novidade
A polêmica da semana envolvendo o atraso dos repasses para o Centro de Equoterapia parte de uma decisão muito simples. Foi a escolha da administração municipal que promoveu o atraso.
O prefeito Nívio Braz disse isso em entrevista à Rádio Santo Ângelo. Segundo ele, R$ 3,2 milhões de pagamentos estão em atraso. Além da Equoterapia, outras entidades assistenciais, como os lares de idosos, estão com recursos atrasados.
Nívio justifica citando as dificuldades financeiras e se queixa da “herança” deixada pela administração encerrada em dezembro. Entretanto, esse é o desafio do gestor. Não é a primeira e nem a última gestão a enfrentar dificuldades financeiras.
Além do mais, o próprio Nívio disse em entrevistas antes de assumir que a transição com o governo anterior foi muito transparente. Elogio o ex-prefeito Jacques Barbosa por isso. Então, conhecia as dificuldades. Sem contar que há oito anos estava se dispondo a assumir o Executivo. Não pode dizer que está sendo surpreendido.
Questão de escolha. Simples assim
Com relação direta ao atraso nos repasses. Pelo que se sabe, a administração municipal envidou os esforços para pagar 40% do 13º salário dos servidores municipais no dia 22. Como ocorreu nos últimos anos.
Questão simples de escola. A velha história de que cada escolha representa uma renúncia. Nada além. O resto é narrativa, como gostam de falar.
Perguntar não ofende
Fato por demais conhecido. Produto pirata quase sempre não tem a mínima qualidade. Ainda não descobriram?
Só para lembrar
A tal da PEC da Blindagem que um grupo de deputados quer votara todo custo é o sepultamento da possibilidade de punir políticos corruptos. Parlamentares que querem liberar geral são os mesmos que enrolam para aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Não querem, também, taxar super ricos.
Para refletir
“As pessoas querem aprender a nadar e ter um pé no chão ao mesmo tempo”.