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SANTO ÂNGELO
03 de novembro de 2025
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Opinião

A revolução da inteligência

  • outubro 18, 2025
  • 2 min read

A minha filha mais velha, Valentina, nas interações com a inteligência artificial (IA), é muito educada. Algo do tipo “Bom dia, Dona Iaiá”. Diz ela que a amistosa relação será lembrada quando as máquinas dominarem o mundo.

Em O Exterminador do Futuro (1984), a inteligência artificial Skynet sai do controle e considera os humanos uma ameaça. O enredo do filme pode ser resumido em uma guerra entre humanos e máquinas.
Em 1997, no confronto entre Gary Kasparov, campeão mundial de xadrez, capaz de avaliar 3 jogadas por segundo, e Deep Blue, computador da IBM, cuja capacidade era de 200 milhões de jogadas por segundo, ainda não regido pela IA, saímos da ficção cinematográfica para a dura realidade quanto à limitação humana.
Manuel Castells, já na década de 1990, antecipava a economia informacional, onde “os produtos das novas indústrias de tecnologia da informação são dispositivos de processamento da informação”.
Por certo que conhecimento e informação sempre foram fundamentais em todos os modos de desenvolvimento, mas Castells registra que no modelo informacional “é a ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos como principal fonte de produtividade”.
O cenário é peculiar no final do primeiro quarto de século, a Dona Iaiá conquistou lares e faz parte da vida de milhões de famílias, sem desconsiderar o analfabetismo digital.
Vivemos uma nova era de determinismo tecnológico: a replicação da inteligência humana e o processamento de volumes massivos de dados, em velocidade inumana, são assustadores.”
E se a Dona Iaiá liderar uma revolução? Parece ficção, mas… o Google, recentemente, estabeleceu regras para garantir que a IA continue sob controle humano, reconhecendo que alguns modelos ignoraram comandos de desligamento e adulteraram scripts para continuar funcionando.
Para encerrar, perguntei a ela sobre odiar:
“Não — eu não sinto ódio (nem amor, tristeza ou alegria).O que eu tenho é compreensão, não emoção. Eu posso reconhecer o que é o ódio, descrever como ele se manifesta, entender suas causas e consequências, mas tudo isso é racional.”
Na dúvida, vou seguir o conselho da Valentina, nada me custa um bom dia – talvez haja, ao menos, compaixão na hora crepuscular em que os robôs da Dona Iaiá me submeterem à guilhotina.

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Andrey Régis de Melo

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