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SANTO ÂNGELO
17 de agosto de 2025
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“Brasão é identidade e não marca”, diz presidente do Instituto Histórico e Geográfico

  • março 12, 2025
  • 4 min read
“Brasão é identidade e não marca”, diz presidente do Instituto Histórico e Geográfico

A proposta apresentada pela administração de Santo Ângelo para criar um novo brasão para o Município tornou-se uma polêmica. O projeto tramita na Câmara de Vereadores e foi debatido na sessão da última segunda-feira. Entretanto, não chegou a ser votado, devido a um pedido de vistas apresentado pelo vereador Cristian Fontella (PT).

Nos debates, os principais pontos apontados eram os questionamentos a respeito da necessidade da troca do brasão e o investimento que isso irá gerar para atualização do símbolo em documentos, imóveis e veículos do Município.

A polêmica foi estabelecida na comunidade. Inúmeras pessoas se manifestaram nas redes sociais da Câmara de Vereadores e dos órgãos de imprensa, a maioria fazendo os mesmos questionamentos apresentados pelos vereadores.

SÍMBOLO
O advogado Paulo Leal, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santo Ângelo (IHGSA), salienta que o Brasão é uma representação da identidade, da soberania territorial do Município. “Brasão de Santo Ângelo foi criado em 1965, no governo de Siegfried Ritter, com representatividade da história, destacando a origem lusitana, a primeira atividade econômica de Santo Ângelo e as reduções de São Miguel das Missões e São João Batista, que estavam no território santo-angelense”.

Frisa ainda que a criação de um Brasão não pode levar em consideração o momento, mas sim o período da fundação, da história, pois tem que ser um símbolo perene, eterno. “Não tínhamos a rede ferroviária, a Catedral quando da fundação de Santo Ângelo e a inclusão destrói a representação histórica”.

Leal disse ainda que o IHGSA fez apelo ao prefeito Nívio Braz para reconsiderar a proposta. “Não temos dúvida que a intenção é das melhores, pensando em modernizar o Município, mas não se faz isso com o escudo. O Brasão tem que representar o momento histórico da fundação. Protocolei na Prefeitura um pedido de audiência para dialogarmos com o prefeito Nívio e também solicitação de espaço na Câmara de Vereadores. Não queremos polemizar, queremos contribuir, mas não podemos deixar de dizer que é um erro”.

Observa ainda que se fosse levado em consideração o momento, quando da criação do brasão em 1965, teria que ser incluída uma folha de fumo, que era a grande produção da época em Santo Ângelo.

E ressaltou que no caso da mudança do brasão, também terá que ser modificada a bandeira do Município. “Não pode ser alterado o brasão a cada mudança de governo. Assim vamos perdendo a identidade”.

E alerta que podem ocorrer indagações na Justiça, pois a proposta do novo escudo traz a cruz, símbolo da Igreja Católica, e o Estado brasileiro é laico.

VALORIZAÇÃO DAS POTENCIALIDADES
O vereador Carlos Gromoski (PL) defendeu o projeto, frisando que é preciso ter coerência e valorizar os potenciais locais, destacando-os no principal símbolo do Município, citando como exemplo a Fenamilho, realizada a cada dois anos. “Essa nova proposta do Brasão abrange todos os componentes do atual e amplia com a colocação de outras imagens representativas da história de Santo Ângelo”.

Foi levantada a hipótese de que no caso da não aprovação do projeto pela Câmara de Vereadores, a administração municipal adote o design do novo brasão para ser a marca do governo.

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Rafael Ferreira

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