O governo federal oficializou, nesta quarta-feira (24), o reajuste do salário mínimo nacional a partir de 1º de janeiro de 2026. O aumento foi publicado no Diário Oficial da União por meio do Decreto nº 12.797, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a mudança, o valor do salário mínimo passa de R$ 1.518 para R$ 1.621, um reajuste de R$ 103. Trabalhadores que recebem o piso nacional — ou benefícios vinculados a ele, como seguro-desemprego e Benefício de Prestação Continuada (BPC) — começam a receber o novo valor em fevereiro, referente ao pagamento de janeiro.
O salário mínimo é a menor remuneração permitida para trabalhadores formais no país e, segundo a Constituição, deve ser reajustado periodicamente para preservar o poder de compra. O texto constitucional também estabelece que o valor deve ser capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador e de sua família.
Dados do Dieese indicam, no entanto, que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.067,18 em novembro deste ano — quase cinco vezes o valor atual.
Nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, o reajuste do salário mínimo seguiu apenas a inflação, sem ganho real. No governo Lula, voltou a vigorar a política de valorização do piso, com aumentos acima da inflação, respeitando limites fiscais.
De acordo com nota técnica do Dieese, o salário mínimo serve como referência direta para 59,9 milhões de pessoas, incluindo trabalhadores formais, aposentados e beneficiários de programas sociais. Além disso, o aumento do piso tem efeitos indiretos sobre a economia, como a elevação do salário médio e do poder de compra da população.
Como o valor foi definido
Se fosse reajustado apenas pela inflação medida pelo INPC acumulado em 12 meses até novembro (4,18%), o salário mínimo subiria para cerca de R$ 1.582. No entanto, a política de valorização prevê a soma da inflação com o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
O PIB de 2024 cresceu 3,4%, mas uma lei aprovada em dezembro limitou o ganho real do salário mínimo a 2,5%, conforme as regras do arcabouço fiscal. Com isso, o cálculo final resultou no valor de R$ 1.621 para 2026.
Impacto nas contas públicas
O reajuste do salário mínimo também pressiona as contas públicas, já que diversos benefícios previdenciários e trabalhistas estão vinculados ao piso. Segundo estimativas do governo, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera uma despesa adicional de cerca de R$ 420 milhões por ano.
Assim, o reajuste de R$ 103 deve elevar as despesas obrigatórias em aproximadamente R$ 43,2 bilhões em 2026, reduzindo o espaço para gastos discricionários do governo federal.iais ou deixo o texto ainda mais enxuto para portal.
