O ano escorreu pelo vão dos dedos
Há quem diga que os dias estão mais curtos, embora o relógio continue assinalando 24 horas/dia, logo, essa assertiva cai por terra, ainda assim, por vezes, estamos realmente com a impressão de o tempo estar passando mais rápido, mas também dias e noites permanecem com o mesmo tempo, no registrador das horas, permanece imutável, intacta e o cronometrador do tempo não foi alterado, resta, desta forma, a certeza – tudo está devido lugar -, apenas o nosso imaginário induz-nos a momentos de reflexão, certamente, valiosos na essência!
A falsa impressão deve estar ligada a fatores das áreas sociais e econômicas, haja visto a importância destas sobre cotidiano das gentes e, da influência direta sobre as demais atividades, inclusive, as profissionais, eis estarmos vivenciando momentos conturbados na sociedade planetária, onde, até o nosso direito de escolher pessoas e fazê-las amigas, passa pelo crivo de outrem, e, no sagrado lugar do pensar – somos desmotivados “democraticamente,” sob pena de inclusão em alguma bíblia, ainda, dependemos de outorga de alguém, quando pretendemos adquirir bijuterias!
A história nos mostra, evidente, quando estamos disposto para aprender, ouvir ou apenas dela saber, da infinitude de fatos e acontecimentos, tudo disponível em livros, revistas, jornais e documentários guardados em baús e fora deles, neles, é possível verificar a riqueza da sociedade ancestral, embora não houvessem os recursos tecnológicos atuais, verifica-se nos escaninhos, a suntuosidade das gerações contemporâneas, sem ignorar todavia, as criações rupestres com elevadíssimos requintes, obras impressionantes, pergaminhos inscritos em pedras brutas!
Louve-se os ancestrais, sua produção, sua genialidade e seus surrados jargões ainda ecoantes: o sol nasceu para todos; cavalo encilhado não se deixa passar…, porém, o sol nasceu para todos possui duas vias, logo, deixar escorrer uma oportunidade, conclui-se, abdicar do sol benévolo, mas, o que dizer do cavalo encilhado…, senão, a oportunidade chegou, preciso agarra-la, exceto, se minha intenção outra não for, a de ser apenas um transeunte sem sonhos, sem fé, sem vontade, permitindo-me ver a banda passar, ignorando as belíssimas melodias…, sentir piedade, não contribui, sequer estimula!

