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SANTO ÂNGELO
14 de novembro de 2025
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País Política

STF tem maioria para tornar Eduardo Bolsonaro réu por tentar coagir STF sobre julgamento do pai

  • novembro 14, 2025
  • 3 min read
STF tem maioria para tornar Eduardo Bolsonaro réu por tentar coagir STF sobre julgamento do pai

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (14), para receber a denúncia contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e torná-lo réu.

O parlamentar é acusado de tentar interferir no exterior no julgamento que envolve seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), essa atuação configura coação no curso do processo.

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma organização criminosa que atuou para mantê-lo no poder após a derrota em 2022. É nesse processo que Eduardo teria atuado para tentar impedir o andamento da ação penal por meio de pressão internacional.

Votaram a favor do recebimento da denúncia os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino e Cristiano Zanin.

Como foi o julgamento

A análise ocorre no plenário virtual do STF, onde os ministros registram seus votos eletronicamente.
O julgamento segue até 25 de novembro, salvo pedido de vista ou destaque.

Com a maioria formada, a denúncia é aceita e o STF abrirá ação penal contra Eduardo Bolsonaro.

O voto de Alexandre de Moraes

Moraes afirmou que Eduardo Bolsonaro:

  • “insistiu na estratégia de ameaçar gravemente os ministros do STF”,
  • e buscou criar um ambiente de intimidação por meio da obtenção de sanções do governo dos Estados Unidos.

Segundo o relator, isso envolveu:

  • possível tarifaço sobre produtos brasileiros,
  • suspensão de vistos de autoridades,
  • e aplicação da Lei Magnitsky contra o próprio Moraes e sua esposa.

O governo Donald Trump anunciou uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros, alegando — sem provas — que o Brasil cometia injustiças contra Bolsonaro. O julgamento, porém, ocorreu dentro dos ritos legais.

Outros ministros, além do advogado-geral da União, Jorge Messias, também tiveram vistos cancelados.

Para Moraes, ficou demonstrado o objetivo de intimidar autoridades brasileiras responsáveis tanto pelo julgamento de Jair Bolsonaro quanto por eventuais debates sobre anistia aos acusados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro.

O que diz a denúncia da PGR

A PGR concluiu que Eduardo Bolsonaro e o comentarista Paulo Figueiredo cometeram o crime de coação no curso do processo, que ocorre quando alguém usa violência ou grave ameaça para influenciar autoridades ou partes em um processo judicial, policial, administrativo ou arbitral. A pena prevista é de 1 a 4 anos de prisão.

Segundo o Ministério Público, ambos atuaram para criar um clima de instabilidade e temor, estimulando possíveis represálias estrangeiras contra autoridades brasileiras, com o objetivo de impedir condenações no processo relacionado à tentativa de golpe.

A estratégia, afirma a PGR, visava proteger Jair Bolsonaro.

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Carolina Gomes

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