Justiça manda soltar professor de Direito suspeito de crimes sexuais no RS

A Justiça revogou, a pedido da defesa, a prisão temporária do professor de Direito e advogado Conrado Paulino da Rosa, suspeito de ter cometido crimes sexuais contra mulheres em Porto Alegre.
A informação foi confirmada à coluna por técnicos que acompanham o caso, mas ainda não há detalhes sobre a soltura do investigado. A defesa do suspeito afirmou, em nota, que “ficou demonstrado não haver diligências investigativas pendentes que justificassem a manutenção de sua custódia”. Rosa havia sido preso em casa, na Capital, em 26 de setembro. Os casos teriam acontecido entre 2013 e 2025, conforme relatos obtidos pela investigação da Polícia Civil.
Pelo menos 12 mulheres afirmam ter sido vítimas do professor, registraram ocorrência e prestaram depoimentos à polícia. Por se tratarem de supostos crimes sexuais, a Polícia Civil não informa detalhes da investigação, mas diz que a apuração conta com histórias semelhantes entre si e que as possíveis vítimas passarão também por perícia psicológica. As narrativas incluem supostos estupros, agressões durante relações sexuais e violência psicológica.
Conrado Paulino da Rosa trabalhava na Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) de Porto Alegre, de onde foi demitido em 18 de setembro. A instituição não informou o motivo da dispensa, mas a reportagem apurou que a decisão foi tomada após o início da investigação policial.
Por meio do perfil no Instagram, o professor afirmou, à época, que “a verdade dos fatos se sobressairá” e que “repudia violência contra a mulher”. Em nota divulgada no dia da prisão, o advogado dele, Paulo Fayet, avaliou a medida como “desproporcional”.
Conrado Paulino da Rosa lecionava para alunos de graduação e mestrado em direito na FMP, onde também coordenava a pós-graduação em Direito de Família e Sucessão. Além disso, foi presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família, Seção RS (IBDFAM-RS). Em sua biografia, ele diz ser autor de 18 obras sobre o assunto.

