Reforma na Câmara terá investimento em torno de R$ 300 mil

A Câmara de Vereadores de Santo Ângelo está realizando no processo de contratação de uma empresa, por meio da modalidade de carta-convite, para a realização de uma reforma no telhado no prédio e troca de portas e janelas. O investimento vai girar em torno de R$ 300 mil.

De acordo com as informações levantadas, laudo de especialista aponta o comprometimento das madeiras do telhado e problemas nas portas e janelas. A necessidade pode ser comprovada, sem dúvida. Entretanto, a questão está no custo e no momento.

O que acompanhamos é a reclamação constante de membros da administração municipal, principalmente o prefeito Nívio Braz, em torno das condições financeiras da Prefeitura. Só se fala em cortes e mais cortes, embora em algumas questões que o grupo que hoje comanda o Município apontava antes de chegar ao poder, nada tenha mudado do que era feito anteriormente.

Para ter uma ideia, recentemente, todo o telhado do prédio que abriga a Prefeitura tenha sido trocado pelo valor de R$ 80 mil. Como a base governista vai defender a reforma diante da choradeira.

É bom lembrar que um vereador do mandato passado defendia a proposta de derrubar o atual prédio da Câmara para construir outro. Por essas e outras foi defenestrado pelo povo. Só o Gaudêncio, conhecido como abobado do rincão, aplaudiu uma ideia tão estapafúrdia.

Criticar comerciantes é fácil. Descobrir caminhos do desenvolvimento é difícil

O assunto já foi comentado neste espaço, mas segue rendendo. Supermercadistas, comerciantes e sindicalistas estão irritados com os agentes políticos que seguem tentando jogar para eles a responsabilidade do desenvolvimento de Santo Ângelo.

Quem antes falava que era muito fácil atrair grandes indústrias e transformar a economia local, agora diz que o fato de lojistas e supermercadistas não funcionarem aos domingos é que provoca o “atraso” de Santo Ângelo.

Para começar, teve vereador que queria apresentar lei para autorizar o comércio funcionar aos domingos, desconhecendo completamente que legislação para isso está em vigor desde 2015. A questão é financeira, pura e simples. Não compensa e ponto. Esse é o entendimento da maioria.

Nesta semana, os supermercadistas Claudemir e Dari Zanuso criticaram o prefeito Nívio Braz, que usou as redes digitais para, segundo eles, taxar pequenos e médios comerciantes locais de incompetentes e representar o atraso de Santo Ângelo.

“Perdeu uma grande oportunidade de falar o contrário. Temos que estar unidos. Em vez de fazer crítica, falar sobre as redes de fora que estão se instalando, o que é bom, mas tem espaço para todos. Poderia chamar os sindicatos para conversar e buscar caminhos para o crescimento. Os sindicatos não são responsáveis pelo atraso de Santo Ângelo”, disse Dari. E com razão. Tentar culpar comerciantes e supermercadistas não é apenas é apenas simplista. É infantil.

Medidas simples e eficazes

A administração municipal de São Luiz Gonzaga, liderada pelo prefeito Pitty Werle, tem se destacado por propiciar mais celeridade e dinamismo a ações simples do cotidiano da comunidade.

A gestão pública lançou um aplicativo, onde os moradores podem apontar terrenos baldios que estejam com problemas de limpeza. O proprietário é acionado e, se dentro de um prazo de 30 dias, não providenciar a limpeza, o serviço será feito pelo poder público e o custo cobrado junto com o IPTU do próximo exercício. Simples.

Outra ação de sucesso é o Conecta Saúde, que permite o agendamento por aplicativo de consultas em toda a rede básica. Em dois meses, foram mais de seis mil agendamentos para atendimentos clínicos e odontológicos.

Serve de modelo para outros municípios.

Fracasso da Consulta Popular é auto-explicativo

A Consulta Popular é um sistema falido. E não é de hoje. Desde que os recursos passaram a diminuir e o fato de que muitas demandas eleitas sequer foram atendidas, é muito difícil que a participação seja consistente, por mais que se tente estimular.

Um programa que destina R$ 2,2 milhões para 25 municípios e R$ 60 milhões para os 497 do Estado não tem poder de convencimento. Além de que as demandas escalonadas são serviços e ações que deveriam ser diretamente atendidas pelo governo.

Neste ano, mesmo com a prorrogação de dois dias na votação on-line, apenas 583 santo-angelenses votaram. Sem alcançar os 2% do eleitorado necessário, Santo Ângelo não receberá nenhum recurso, por menor que seja.

Melhor o Estado pegar o dinheiro investido no programa e tentar fazer algo concreto para beneficiar a população.

Perguntar não ofende

Em vez da vilã da novela, a preocupação principal não seria identificar a marcar bem os vilões da vida real, que estão aí a decidir e prejudicar a vida dos cidadãos?

Só para lembrar

O recuo na proposta da administração municipal em adequar a idade de aposentadoria dos servidores municipais ao determinado na reforma da Previdência não está ligado apenas a esse fato, que até não está errado. A questão é a inconsistência do projeto, que deixava em aberto muitas situações e a falta de diálogo com as entidades que representam o funcionalismo. Aliás, inconsistência e brechas em projetos não são novidade.

Para refletir

“Vivemos na religião mais desigual do mundo”.

Papa Francisco