Histórias que curam: cada história um recomeço, cada voz uma inspiração: Francine Butzke: força, fé e movimento na luta contra o câncer

“Talvez quando eu recebi o diagnóstico, em janeiro, foi chocante. Era algo que eu não esperava, eu não esperava ter um câncer de mama.” É assim que a professora Francine Butzke Abreu define o momento em que descobriu a doença no início deste ano.
Mas foi em uma noite qualquer de outubro de 2024 que a vida da Francine mudou. Ao realizar o autoexame — gesto simples que tantas vezes ouvimos falar — ela sentiu um pequeno caroço no seio. “Um caroço que não me pertencia, não era meu aquele carocinho”, relembra a professora.
Depois disso, ela procurou atendimento médico imediatamente e, após uma série de exames, precisou realizar uma biópsia para confirmar o diagnóstico. “No dia 15 de janeiro veio o resultado. Eu abri em casa, e foi um susto, porque lá dizia: é BI-RADS 5 maligno”, conta Francine.
Ela lembra que, no momento da descoberta, perguntas como “por que eu?” e “por que comigo?” vieram à tona. Mas, apesar do susto, não deixou o medo vencer. Em fevereiro, poucos meses após o diagnóstico, já estava passando pela cirurgia para retirada do nódulo, dando o primeiro passo rumo à cura. “Eu tirei três linfonodos axilares, e um deles estava comprometido. Além disso, fiz oito sessões de quimioterapia e tenho mais quinze de radioterapia”, relatou.
Durante todo o tratamento, Francine manteve uma rotina de atividade física, algo que ela acredita ter sido essencial para enfrentar o processo com mais leveza e disposição. Mesmo nos dias mais difíceis, não abriu mão de se movimentar.
“Eu faço musculação, HIIT, dança, treinamento funcional, e acredito que isso colaborou muito para a minha recuperação.” Para ela, essa prática, além de fortalecer o físico, ajudou a reduzir os sintomas e os efeitos colaterais da quimioterapia, contribuindo também para o equilíbrio emocional.
Um dos momentos mais marcantes para Francine foi quando decidiu cortar o cabelo. Ela conta que, por ter plano de saúde, conseguiu utilizar a touca de resfriamento (crioterapia capilar) e, por isso, não perdeu os fios — algo comum durante o tratamento.
Mesmo assim, decidiu cortar o cabelo. “Ainda tinha alguns maços atrás, e a moça me perguntou se eu queria doar para fazer perucas. Eu disse: ‘Eu quero, pois acredito que muitas pessoas não têm a mesma oportunidade que eu tive de usar a touca. Não é muito cabelo, mas vai fazer diferença na vida de alguém’”, relata emocionada.
Francine ressalta que procura se manter sempre positiva — corpo, mente e espiritualidade caminhando lado a lado. “Acho que até o final de novembro eu toco o sino lá no CACON, em Ijuí. Tenha fé, não desista, tudo dará certo”, finaliza Francine.
Redação Grupo Missões – Lara Santos

