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SANTO ÂNGELO
16 de outubro de 2025
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País

Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturação financeira

  • outubro 15, 2025
  • 3 min read
Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturação financeira

O presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, informou nesta quarta-feira (15) que a estatal está em negociações com bancos e instituições financeiras para obter um empréstimo de R$ 20 bilhões, destinado à reestruturação financeira da empresa e ao financiamento do Plano de Demissão Voluntária (PDV).

“Precisamos recuperar a liquidez da empresa para termos condições de pagar o PDV. Estamos realizando uma operação com bancos para captar os recursos necessários”, declarou Rondon, que assumiu o comando da companhia há um mês, durante coletiva de imprensa.

A operação de crédito deve contar com garantias da União e dependerá de medidas voltadas à recuperação da gestão da estatal, visando recompor as perdas acumuladas nos últimos três anos e nos dois primeiros trimestres de 2025, período em que o prejuízo atingiu R$ 2,6 bilhões entre abril e junho.

De acordo com o g1, em julho, os Correios suspenderam o pagamento de diversas obrigações para preservar a liquidez do caixa, incluindo:

  • INSS Patronal – R$ 741 milhões
  • Fornecedores – R$ 652 milhões
  • Postal Saúde – R$ 363 milhões
  • Remessa Conforme – R$ 271 milhões
  • Vale-alimentação/refeição – R$ 238 milhões
  • PIS/Cofins – R$ 208 milhões
  • Postalis – R$ 138 milhões
  • Franqueadas – R$ 135 milhões

Rondon afirmou que os R$ 20 bilhões devem garantir caixa suficiente até 2026, ampliando a margem para a reestruturação de longo prazo da empresa.

Prejuízos em série

Os Correios vêm registrando prejuízos desde 2022, com piora constante: R$ 767 milhões negativos em 2022; R$ 596 milhões em 2023; e R$ 2,59 bilhões em 2024. No primeiro semestre de 2025, o prejuízo chegou a R$ 4,37 bilhões, um aumento de 222% em relação ao mesmo período do ano anterior. No segundo trimestre, a perda foi de R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes maior que os R$ 553 milhões registrados no mesmo período de 2024.

“Nossa empresa não se adaptou rapidamente a uma nova realidade, e essa falta de adaptação impactou diretamente nosso resultado e a liquidez”, explicou Rondon.

O balanço divulgado apontou que fatores externos afetaram a geração de receitas, especialmente a retração do segmento internacional, consequência de alterações regulatórias nas importações, que reduziram o volume de postagens e aumentaram a concorrência. A empresa faz referência à chamada “taxa das blusinhas”, implementada pelo governo federal.

Plano de recuperação

A reestruturação financeira dos Correios será conduzida em três frentes:

  1. Redução de despesas operacionais e administrativas;
  2. Diversificação das receitas, com foco na recuperação da geração de caixa;
  3. Recuperação da liquidez da empresa.

Um novo PDV será aberto, embora detalhes sobre a operação não tenham sido divulgados. Além disso, a empresa planeja vender imóveis ociosos e lançar novos produtos para ampliar suas fontes de receita.

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Carolina Gomes

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