Três homens de Lajedo, no Agreste de Pernambuco, foram atendidos no Hospital Municipal Maria da Penha entre o fim de agosto e o início de setembro com sintomas que apontam para possível intoxicação por metanol. Dois deles morreram e um sobreviveu. As vítimas foram identificadas como Jonas da Silva Filho, idade não informada, e os cunhados Marcelo dos Santos Calado, de 32 anos, e Celso da Silva, de 43.
Segundo a prefeitura, Jonas chegou ao hospital relatando dificuldade para enxergar, náuseas, pressão alta e taquicardia — sintomas compatíveis com intoxicação por metanol. Ele morreu na madrugada de 29 de agosto, antes de ser transferido para o Hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru. O caso foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), mas a causa da morte ainda não foi confirmada.
Marcelo deu entrada no HMV em 4 de setembro com vômitos, náuseas e visão turva. Ele recebeu alta no dia 23, apresentando melhora parcial da visão. Já Celso foi internado em 2 de setembro, com desconforto respiratório e sintomas semelhantes, mas não resistiu e faleceu no dia 9.
O HMV notificou os casos ao Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox) e informou a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), que iniciou ações de fiscalização em pontos de venda de bebidas alcoólicas.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Lajedo afirmou que acompanha os desdobramentos junto às autoridades. A Secretaria Estadual de Saúde não confirmou se os casos estão ligados ao consumo de bebidas adulteradas.
Sintomas e riscos
De acordo com a Apevisa, os primeiros sintomas de intoxicação por metanol se assemelham à ingestão de álcool comum — como náusea, vômitos e dor abdominal. No entanto, entre 6 e 24 horas após o consumo, podem surgir sinais graves, incluindo visão turva, cegueira, convulsões e até coma.
A população deve verificar se as bebidas possuem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária, rótulo completo, lacre adequado e origem confiável. Produtos sem procedência ou com preços muito abaixo do mercado devem ser evitados.
Orientações
Casos suspeitos podem ser comunicados ao CIATox-PE (0800 722 6001), que funciona 24h. Também é possível registrar denúncias na Ouvidoria da SES (136), no Procon (0800 282 1512) ou na Delegacia de Crimes contra o Consumidor ((81) 3184-3835).
A Apevisa informou ainda que as equipes de fiscalização devem intensificar inspeções em depósitos e pontos de venda, recolher amostras suspeitas, interditar lotes e articular ações com Procon, Ministério Público e forças de segurança.
