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SANTO ÂNGELO
07 de outubro de 2025
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Delegado lotado na PF de Santo Ângelo virá réu na ação da trama golpista

  • setembro 24, 2025
  • 3 min read
Delegado lotado na PF de Santo Ângelo virá réu na ação da trama golpista

A Procuradoria-Geral da República (PGR) entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta segunda-feira (22), suas alegações finais na Ação Penal nº 2.693, que julga os réus do chamado Núcleo 2 da trama golpista que buscou interferir nos resultados das últimas eleições presidenciais a fim de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas.

Um dos integrantes do Núcleo 2 é o delegado da Polícia Federal, lotado na Delegacia de Santo Ângelo, Fernando de Sousa Oliveira, que comandava as forças de segurança do Distrito Federal em 8 de janeiro de 2023.

Na época, Fernando atuava como secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública, ou seja, era o “número 2” do então secretário Anderson Torres. Depois, ele foi transferido para a Delegacia de Santo Ângelo. Recentemente, Fernando foi punido com 34 dias de suspensão das atividades profissionais.

O procurador da República, Paulo Gonet, pede ao STF que condene o delegado, além do coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara e a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira de Alencar.

Nas alegações finais, o procurador-geral afirma haver provas suficientes para condenar os seis réus pelos crimes de: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.

Gonet também pediu que seja fixada uma multa para reparação dos danos. No documento enviado ao STF, o procurador-geral sustenta que as ações praticadas pela “organização criminosa” estão documentadas em conversas por aplicativos de mensagens, além de registros em arquivos eletrônicos.

Segundo ele, as provas demonstram que os réus coordenaram ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, elaboraram o projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais no país e atuaram para dificultar a chegada de eleitores da Região Nordeste aos locais de votação, durante o primeiro turno das eleições de 2022.

Ainda de acordo com Gonet, os acusados do Núcleo 2 não só monitoraram autoridades da República, como elaboraram um plano para matar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Em depoimento ao STF, o próprio general Mário Fernandes admitiu ser o autor do plano que romperia com as estruturas democráticas do país, batizado de Punhal Verde e Amarelo.

“As provas, na realidade, vinculam subjetivamente os acusados à cadeia causal dos atos [que culminaram com o] 8 de janeiro de 2023”, argumentou o procurador-geral, acrescentando que os réus descumpriram deliberadamente com suas atribuições funcionais, principalmente no âmbito da segurança pública, facultando que manifestantes invadissem e depredassem os edifícios-sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Redação Grupo Missões com informações Agência Brasil 

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Lara Santos

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