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07 de outubro de 2025
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Costurando Memórias: Mulheres que Vestem a Cultura Gaúcha, conheça a história da Blaci Domanski

  • setembro 19, 2025
  • 3 min read
Costurando Memórias: Mulheres que Vestem a Cultura Gaúcha, conheça a história da Blaci Domanski

“Lembro como se fosse hoje, eu queria ser freira, e meu pai disse: vai ser freira nada, com nove anos me colocava na máquina pedalar”, relembra Blaci Domanski. É assim, com muito bom humor que ela relembra o início da sua história e ligação com a costura, e o talento que cresceria junto com ela. 

Então, quando tinha onze anos, o pai comprou uma máquina de acelerador, e com isso, ela começou a costurar, usando as roupas da mãe das irmãs como molde. Já com 14 anos, se mudou de Roque Gonzales para a Santo Ângelo com o objetivo de estudar. Com muita determinação, bateu na porta de uma costureira pedindo que a guiasse nos primeiros passos da costura. “A senhora não me ensina a costurar? Ela me ensinou, a riscar, e eu aprendi a cortar também”, comenta Blaci. 

Entusiasmada com a costura, decidiu investir na carreira. Buscando aprimorar suas técnicas, passou a participar de cursos de especialização, ampliando seus conhecimentos e qualificando ainda mais o trabalho que já realizava. “Tinha antigamente o SESC/SESI, aí fiz o curso completinho, que dá um curso muito bom de costura, eu sei que depois disso eu casei e já fiz o meu vestido”. 

A ligação da costureira com o tradicionalismo teve início em 1975, quando confeccionou os primeiros vestidos para as três filhas. O talento logo chamou a atenção e, a partir daí, não demorou para que passasse a costurar também para outras pessoas da comunidade. O que começou como um gesto de carinho dentro de casa transformou-se em paixão e, mais tarde, em profissão. “Eu fiz um vestido pra cada uma, de organza, chiffon, que hoje em dia não vem mais, encorpado, grosso, com babados”, relembra Blaci. 

Em fevereiro de 1982 ela começou a costurar para a casa do Gaúcho, “em casa mesmo, cinco vestidos por semana, hoje em dia olho pra trás e não sei como eu fazia isso”, questiona a costureira. 

Atualmente, dona Blaci confecciona vestidos para prendas de diferentes regiões do Rio Grande do Sul. A costureira é conhecida por ter uma “mão de sorte”, já que muitas das jovens que vestiram suas criações conquistaram títulos importantes. Entre elas está a própria filha, Andressa Domanski,1ª prenda do RS, em 2005. “Até esses dias eu tava fazendo um levantamento, de quantas primeiras e segundas, mas perdi a conta”, afirma.  

Mais do que sustento, cada ponto, cada vestido, carrega a paixão de uma vida inteira dedicada à costura. Para a profissional, é motivo de orgulho e gratidão, “a minha salvação sempre foi o corte e costura, sempre foi meu ganha pão, sinto muita alegria”, finaliza Blaci. 

Redação Grupo Missões – Lara Santos 

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