
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta sexta-feira (5) a ampliação do calendário de julgamento do núcleo central da trama golpista na Primeira Turma da Corte.
No pedido encaminhado ao presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin, Moraes sugeriu a realização de sessões extras na quinta-feira (11), tanto pela manhã quanto à tarde. A solicitação foi aceita e as novas sessões já estão agendadas.
Até então, a previsão era de que a próxima semana tivesse sessões apenas na terça-feira (9), manhã e tarde; na quarta-feira (10), pela manhã; e na sexta-feira (12), manhã e tarde.
“Solicito ao Excelentíssimo Presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, o agendamento de novas sessões complementares para a realização do julgamento, a serem realizadas na quinta-feira, dia 11/9/2025”, escreveu Moraes no ofício.
Primeira semana de julgamento
Na semana inicial, a Primeira Turma se reuniu na terça-feira (2) e na quarta-feira (3). Moraes apresentou seu relatório, enquanto o procurador-geral da República, Paulo Gonet, reforçou o pedido de condenação dos oito réus. Em seguida, os advogados fizeram suas defesas.
Os defensores:
- contestaram a validade do acordo de delação premiada de Mauro Cid;
- alegaram cerceamento de defesa pela falta de tempo para analisar documentos;
- negaram a participação dos acusados nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, que depredaram as sedes dos Três Poderes.
Quem são os réus
O Supremo julga:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Eles respondem por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Apenas Alexandre Ramagem não será julgado por dano qualificado e deterioração de patrimônio, pois já havia sido diplomado deputado federal na época dos fatos.