Reforma da ponte, a grande notícia

As condições da ponte sobre o Rio Ijuí, ligando Santo Ângelo e Entre-Ijuís estão sempre na pauta. A preocupação com a segurança faz com que as pessoas estejam sempre atentas e cobrando por respostas do Estado para que a garantia seja dada de uma forma consistente.
Nesta semana, foi anunciado recurso de R$ 22,7 milhões para as obras de reforma e reforço na estrutura da ponte. Uma excelente notícia. E essa conquista foi garantida numa ação estratégica, que no começo passou meio que despercebida.
Tratando da questão diretamente com o governador Eduardo Leite, o deputado Eduardo Loureiro teve a grande sacada de sugerir o uso de dinheiro do Fundo de Reconstrução (Funrigs), ou seja, sem ter que brigar por verba do orçamento estadual. Essa foi a jogada que garantiu o recurso e a reforma, atendendo a demanda regional que vinha de um longo tempo.
Veto ideológico e desnecessário
O veto do prefeito Nívio Braz ao projeto de denominação de Largo Papa Francisco no espaço em frente à Catedral foi desnecessário e uma derrota completamente evitável para o governo. O projeto foi aprovado por ampla maioria no mês passado, portanto, a manutenção da posição favorável era absolutamente previsível. Ou seja, derrota anunciada e desnecessária.
O veto também foi ideológico. Sabe-se que existe um incômodo de pessoas que se alinham à direita com a postura do Papa Francisco, quase incompreensível, aliás. Taxam o Papa de comunista. Como costumam taxar todos os que pensam de maneira contrária deles. Cobrar justiça social para essas pessoas é crime hediondo. Esquecendo que a desigualdade social é um dos maiores problemas de qualquer país. Mesmo que a grande maioria sequer saiba definir o que é comunismo ou capitalismo.
Ao justificar o seu veto, o prefeito alegou ausência de interesse público relevante para a aprovação da proposta. Ora, quantos projetos sem a mínima relevância social já foram aprovados e sancionados? Quanta gente recebeu título de cidadão honorário ou comendas sem sequer ter pisado em Santo Ângelo?
Além disso, trata-se do primeiro papa jesuíta da história e é desnecessário explicar a relação que os jesuítas possuem com a nossa região. Porém, ao mesmo tempo que desprezam a ciência, a educação, a cultura, fazem o mesmo em relação a história.
O veto foi derrubado por oito votos contrários, cinco favoráveis e uma abstenção. Sendo assim, o projeto do vereador Cristian Fontella (PT) deverá ser promulgado pelo Legislativo.
“Malabarismo” religioso
Outra questão que ficou evidente na discussão sobre a proposta de homenagem ao Papa Francisco é a religiosa. Pisando em ovos, tentando encontrar justificativas plausíveis, mas não encontrando, ficou evidente o malabarismo de vereadores claramente contrários por uma questão religiosa.
Muitos religiosos, de diversas vertentes, são homenageados em ruas e monumentos e respeita-se isso. Então, tentar justificar que teria que ser outro nome ou usar o famoso “estado laico” como argumento é irrelevante.
Comércio aos domingos é tema recorrente
A legislação santo-angelense permite a abertura do comércio aos domingos. Foi aprovada há muitos anos, depois de uma longa discussão e um duro embate entre comerciantes e sindicalistas no âmbito do Legislativo. Prevaleceu a democracia e venceu a proposta de permitir a abertura.
O que impressiona é que tem alguns agentes políticos que insistem em tentar discutir uma “lei” para autorizar a abertura dos estabelecimentos aos domingos. Bastaria se informar. Não, insistem em tentar discutir algo que não é necessário.
Se não abrem aos domingos, os lojistas devem ter suas razões. Alguns já realizaram a experiência e entenderam não ser satisfatória. Isso porque muitos que cobram que as lojas não abrem aos domingos sequer comparecem ao comércio e fazem suas compras em outros locais.
Mesmo assim, compreendo, afinal, trata-se de um tema muito fácil de exercer algo bem simples, a demagogia, pura e simples.
Dinheiro para o Teatro Municipal em duas parcelas
Depois de uma ampla discussão, os vereadores aprovaram o repasse pelo Município de R$ 903 mil para as obras da etapa final da revitalização do Teatro Municipal Padre Antônio Sepp. Entretanto, consultando o Portal de Transparência nesta semana, foi visto que o valor repassado foi de R$ 618.846,00 no último dia 6.
Pela informação que obtive, a administração não tem todo o dinheiro. Com isso, repassou os R$ 618 mil para o reinício das obras e o restante será efetivado no ano que vem.
Canto Missioneiro no Parque é ideia arriscada
Conforme o anunciado, a 16ª edição do Canto Missioneiro será realizada no Parque de Exposições Siegfried Ritter, com uma programação paralela. Penso que tirar o festival da área central é um equívoco. Afastará boa parte do público.
Não que o evento não possa receber muita gente. Mas, na área central, seja na Praça Pinheiro Machado ou no CTG 20 de Setembro ou então no Teatro Municipal como nas suas primeiras edições, o acesso fica bem mais facilitado.
Outra questão é a decisão sem discussão com os grupos que ajudaram a construir o festival e que possuem experiência vivenciada ao longo de 15 edições, com todos os percalços, acertos e erros que são comuns nessas situações.
Existe diferente entre inovação e invenção. É preciso ter cuidado.
Perguntar não ofende
“O cobertor é curto. Protege a cabe ou os pés”. Frase usada por apoiador da atual administração municipal para explicar porque muitos que ficaram de fora estão descontentes. Porém, o cobertor estava completo até a posse. E, pelo que se sabe, não foi encurtado depois. Sobrou por que? Essa é a pergunta que estão se fazendo.
Só para lembrar
No golpe de 1964, os generais estabeleceram seu poder com a primeira medida de eliminar habeas corpus e mandado de segurança, instrumentos constitucionais para defesa da liberdade. Agora, quem defende que a democracia seja vilipendiada diz que faz isso em defesa da liberdade. Nem é preciso contestar a incoerência. Ela é clara é injustificada.
Para refletir
“Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão”.