
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, subiu 0,26% em julho, informou o IBGE nesta terça-feira (12). O resultado representa leve aceleração frente a junho (0,24%), mas ficou abaixo da projeção do mercado (0,36%).
O grupo Habitação puxou a alta, com avanço de 0,91% e impacto de 0,15 ponto percentual (p.p.) no índice, influenciado pela energia elétrica residencial, que subiu 3,04% (0,12 p.p.). Já Alimentação e bebidas registrou deflação pelo segundo mês seguido (-0,27%), ajudada pelas quedas na batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%).
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,23%, acima da meta do Conselho Monetário Nacional (3%, com tolerância de 1,5 p.p.). Em 2025, a inflação já soma 3,26%.
Variação dos grupos em julho:
- Alta: Habitação (0,91%), Despesas pessoais (0,76%), Saúde e cuidados pessoais (0,45%), Transportes (0,35%), Artigos de residência (0,09%) e Educação (0,2%).
- Queda: Vestuário (-0,54%), Alimentação e bebidas (-0,27%) e Comunicação (-0,09%).
Energia elétrica acumula alta de 10,18% em 2025, maior avanço para o período desde 2018. A tarifa em julho refletiu reajustes de concessionárias e a bandeira vermelha patamar 1 (R$ 4,46 a cada 100 kWh). Sem esse impacto, o IPCA do mês teria sido de 0,15%. Em agosto, a cobrança sobe para bandeira vermelha patamar 2 (R$ 7,87/100 kWh), parcialmente compensada pelo “Bônus de Itaipu” de R$ 883 milhões.
O INPC, que mede a inflação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, subiu 0,21% no mês.
O Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano, sinalizando que os juros seguirão elevados por um período prolongado. A decisão considera projeções de inflação ainda acima da meta, atividade econômica aquecida e incertezas geradas pela tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros.