
As exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 9,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento de 2,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. O crescimento contrasta com a retração de 2,5% nas vendas externas do Brasil no mesmo intervalo. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31/7) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
O resultado foi impulsionado principalmente pelos embarques de carne suína, cereais e máquinas de energia elétrica. O estudo, elaborado pelos pesquisadores Ricardo Leães e Flávia Barbosa, também aponta que a participação gaúcha nas exportações nacionais subiu de 5,6% para 5,8% em relação a 2024.
Segundo a análise, o desempenho positivo no semestre foi puxado pelo primeiro trimestre, que teve alta de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. No segundo trimestre, houve recuo de 6,2%. Ainda assim, o valor acumulado é o quarto maior da série histórica para primeiros semestres desde 1997.
Setores em destaque e principais destinos
Apesar da queda de 29,3% nas exportações de soja em grão, outros setores registraram avanços expressivos. Destaque para:
- Carne suína: alta de 35%
- Cereais: aumento de 11,6%
- Máquinas de energia elétrica: crescimento de 173,7%
- Carne bovina: aumento de US$ 50,9 milhões (41,1%)
- Veículos de passageiros: alta de US$ 49,7 milhões (67%)
- Peças e acessórios automotivos: avanço de US$ 42,9 milhões (17,4%)
Entre os destinos das exportações gaúchas, destacam-se:
- China: 15,8%
- União Europeia: 12,8%
- Estados Unidos: 10,2%
Em termos absolutos, os mercados com maior crescimento foram:
- Argentina: aumento de US$ 246,6 milhões
- Indonésia: mais US$ 235,1 milhões
- Arábia Saudita: mais US$ 99,8 milhões
Cenário externo traz riscos e incertezas
A nota técnica também alerta para fatores que podem afetar o desempenho exportador do Estado nos próximos meses. Entre os riscos estão:
- Surto de gripe aviária em Montenegro
- Valorização do real frente ao dólar
- Impactos da guerra entre Irã e Israel no mercado global de petróleo
Esses fatores influenciam diretamente setores estratégicos da pauta exportadora gaúcha, como carnes, soja, produtos químicos, calçados e plásticos.
Outro ponto de atenção é a possível aplicação de tarifas de até 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o que pode afetar setores relevantes do RS, como:
- Armas e munições (82,8% das exportações vão para os EUA)
- Carne bovina (29,6%)
- Calçados (24,8%)
- Fumo e derivados (10,2%)
- Produtos florestais (20,8%)