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SANTO ÂNGELO
17 de agosto de 2025
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Governo diz buscar diálogo sem ‘contaminação política ou ideológica’ a 4 dias do tarifaço

  • julho 28, 2025
  • 3 min read
Governo diz buscar diálogo sem ‘contaminação política ou ideológica’ a 4 dias do tarifaço

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que o governo brasileiro tem buscado negociações com os Estados Unidos desde o anúncio das medidas unilaterais feitas pela gestão do presidente Donald Trump. Em nota divulgada na última semana, o ministério afirmou que o Brasil mantém o diálogo “sem qualquer contaminação política ou ideológica”.

A ofensiva diplomática tenta evitar a entrada em vigor do chamado “tarifaço”, previsto para a próxima sexta-feira (1º), que estabelece uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA. A medida foi anunciada oficialmente por Trump no dia 9 de julho, em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com justificativas de ordem política e comercial. No dia 23, o presidente americano afirmou que as tarifas se aplicam a países com os quais o relacionamento “não tem sido bom”.

Mesmo sem citar diretamente o Brasil, os efeitos são evidentes. De acordo com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a decisão pode impactar cerca de 10 mil empresas brasileiras exportadoras para os EUA, que empregam aproximadamente 3,2 milhões de pessoas. Além disso, empresas norte-americanas que atuam no Brasil — como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar — também seriam afetadas.

O governo brasileiro reforçou sua disposição ao diálogo. “Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, seguimos abertos ao debate comercial, em uma postura que o governo norte-americano conhece bem”, declarou o MDIC. A nota ainda destaca a relação econômica “robusta e histórica” entre os dois países, com mais de 200 anos de cooperação.

Neste domingo (27), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou nos Estados Unidos. Embora sua agenda oficial envolva reuniões na ONU sobre a questão palestina, há possibilidade de deslocamento a Washington para tratar do tema comercial, caso o governo americano demonstre interesse em negociar.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmou que as tarifas entrarão em vigor no dia 1º de agosto, “sem prorrogações”. Diante disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica já trabalha em um plano de contingência para socorrer os setores mais afetados. “Não vamos deixar os trabalhadores brasileiros ao desalento. Vamos tomar as medidas necessárias”, garantiu Haddad.

O vice-presidente Geraldo Alckmin também se posicionou sobre o tema, destacando o impacto negativo da medida para ambos os lados. “Queremos todos unidos para resolver essa questão. Há empresas brasileiras com fábricas nos Estados Unidos e empresas americanas com história no Brasil. A GM comemorou seu centenário aqui, a Johnson & Johnson tem 90 anos de atuação e a Caterpillar, 70 anos. Muitas delas exportam para os EUA e serão prejudicadas”, afirmou.

O governo brasileiro segue em busca de uma solução diplomática para evitar prejuízos bilionários e preservar uma parceria econômica considerada estratégica.

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Carolina Gomes

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