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SANTO ÂNGELO
18 de agosto de 2025
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Economia País

Banco Mundial propõe medidas para que contas do Brasil voltem ao azul

  • junho 26, 2025
  • 3 min read
Banco Mundial propõe medidas para que contas do Brasil voltem ao azul

O Banco Mundial divulgou nesta quinta-feira (26) um relatório com uma série de propostas para recuperar o equilíbrio fiscal do Brasil nos próximos anos. Intitulado “Dois por Um: Políticas para Atingir Sustentabilidade Fiscal e Ambiental”, o documento recomenda um amplo corte de gastos públicos, incluindo áreas sociais, além do aumento de impostos e revisão de benefícios fiscais.

Entre as sugestões estão a tributação de lucros e dividendos, o fim de isenções fiscais e o aumento de tributos sobre combustíveis fósseis. Apesar de já discutidas por especialistas, essas propostas costumam enfrentar forte resistência da sociedade e do Congresso Nacional por implicarem em cortes de políticas públicas.

Segundo o Banco Mundial, as medidas poderiam melhorar o resultado fiscal em mais de 5% do PIB — o que permitiria não só reverter o déficit de 0,4% registrado em 2024, como também alcançar um superávit superior a 3% do PIB, patamar considerado necessário para conter o avanço da dívida pública brasileira.

Propostas fiscais

Entre as principais recomendações, estão:

  • Desvinculação de despesas obrigatórias: benefícios assistenciais e previdenciários deixariam de acompanhar o reajuste do salário mínimo, o que reduziria o crescimento automático dos gastos.
  • Mudanças no piso de saúde e educação: os gastos mínimos deixariam de ser atrelados à arrecadação, o que pode representar perdas bilionárias para os setores.
  • Reforma administrativa: inclui redução dos salários iniciais do funcionalismo em 20%, progressões de carreira mais lentas, fim de privilégios, ajuste de salários apenas pela inflação e redução do número de carreiras.
  • Nova reforma da Previdência e da assistência social: propõe aposentadorias proporcionais ao tempo de contribuição, valor menor para o BPC em relação às aposentadorias, unificação do BPC com pensões rurais e equiparação das idades mínimas de aposentadoria.
  • Revisão no Bolsa Família: maior fiscalização para evitar fraudes com divisão de famílias em um mesmo domicílio para receber mais benefícios.
  • Mudanças no seguro-desemprego e no abono salarial: uso do FGTS como fonte primária para assistência ao desemprego e redirecionamento do abono apenas para famílias de baixa renda, com economia estimada de até 0,2% do PIB.
  • Ampliação da base do Imposto de Renda: em vez de elevar a faixa de isenção, o relatório recomenda o fim de isenções que favorecem os mais ricos, a taxação de lucros e dividendos e a criação de alíquotas maiores para as altas rendas.

Propostas ambientais

O relatório também aborda a sustentabilidade ambiental, propondo:

  • Criação de um Sistema de Comércio de Emissões (SCE);
  • Aumento dos investimentos em infraestrutura elétrica e transporte de baixo carbono;
  • Redução de riscos para o investimento privado em energia renovável e biocombustíveis;
  • Combate rigoroso ao desmatamento.

Segundo o Banco Mundial, o Brasil utiliza pouco a tributação ambiental, mas a experiência internacional mostra que esse tipo de imposto pode contribuir para o ajuste fiscal, com baixo custo econômico e ganhos ambientais e sociais.

A instituição recomenda a criação de impostos sobre combustíveis fósseis, com valores estimados de R$ 0,91 por litro de gasolina, R$ 2,26 para o diesel e R$ 0,22 para o etanol, como forma de arrecadar mais e reduzir a emissão de gases poluentes.

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Carolina Gomes

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