Caminho e caminhadas
Ouço pipocar de foguetes! Foguetes na cor da madrugada? Ainda assim pipocam todas as madrugadas chuvosas ou naquelas serpenteadas com seivas de sol nascente, imagino sejam resultantes das regiões em conflito lá pelo oriente, sim, responde o interlocutor, franzindo a testa, lá no oriente isso quando os soluços não provém do ocidente, sempre, sempre estão em “conflito,” todo dia, todo mês, todo ano, “melhor” que isso, fazem-no sem preocupação alguma, com pipocadores de foguetes gigantes, desconhecidos da maioria da população.
Ah, esses foguetes… desparecidos com nossas arminhas de taquara, cuja munição eram as frutinhas verdes de cinamomo, duravam poucas semanas e a arminha ficava sem serventia, o interlocutor assustadiço, bateu à janela da porta, apurado, argumentou – iria abandonar nossa cidade, tamanho o seu pavor com a situação, tentei argumentar, aborreceu-se passou a esbravejar, surpreendido dei rédeas ao imaginário e interroguei-me, estaria ele prevendo alguma situação futura ou seria apenas ilucidez, quando também eu ouvi foguetes e mais foguetes!
A vida escorre pelos vãos dos dedos ainda que colados entre si, os dias passam ágeis, sem tréguas nem desaceleração, partem levando consigo todos os tons, todas as vibrações, dessentimentalizados, jamais retornam, enquanto na mente vimos folhas descolorindo, amarelidas, desbotadas, desconformes – próprio dos outonos descorteses -, dessecando folhas, eternecendo nossos caminhos diversificados, totalmente diferenciados, independente de leveza ou gravidade, todos palmilhamos nosso caminho, nossa missão, estejamos em qualquer patamar!
Sabidamente, Santo Ângelo conheceu Oscar Pinto Jung, também ele partiu para a plano tido por eterno, por alguns, antes, porém, semeou muitas sementes em canteiros diversos, suas pegadas nos areais da terra de Diogo Haze, ficaram gravadas, dentre eles, na imprensa, pois, ainda rapazote, laborou na rádio Santo Ângelo, nela e na rádio Sepé Tiaraju, teve espaço perene, levando sua mensagem, no Jornal das Missões e A Tribuna, foi secretário do CTG Vinte de Setembro, nos anos iniciais e, membro fundador da Academia Santo-angelense de Letras, da qual foi Presidente, na FADISA foi docente e diretor, dirigiu o centro espírita Amor ao Próximo, por longos anos atuou na advocacia!